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"Há um incentivo extra para os bancos esconderem riscos"
Paulo Pinho considera que as alterações às regras de capital da banca não atacaram o problema central: o risco que as grandes instituições financeiras transferem para fora dos balanços. Para o professor da Universidade Nova, doutorado em Banca e Finanças a reforma de Basileia III pouco muda para a grande maioria da banca.
“Com a capacidade que os grandes bancos têm de estruturar produtos e colocar riscos fora do universo de consolidação, esses riscos vão desaparecer. O que a crise demonstrou é que com o Basileia I e II os bancos conseguiam melhorar os rácios de capital reduzindo os activos de risco que contavam para requisitos de capital. Eles estavam lá, mas fora do balanço,” alerta Paulo Pinho.
O professor da Universidade Nova de Lisboa explica que as alterações produzem-se sobretudo na qualidade e não tanto na quantidade de capital que os bancos terão de aportar. Para os bancos portugueses o impacto é quase inexistente, pelo menos até 2015. Daí que não se justifique um agravamento dos “spreads” do crédito por esta via.