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"Assusta-me a destruição absoluta do tecido público"

Manuel Sobrinho Simões, prémio Pessoa 2011, dizia à Lusa, no início de 2012, que estava "chateado" e "assustado" com o ano que começava e, passados seis meses, está "cada vez mais assustado".

09 de Julho de 2012 às 17:54
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O que assusta e "continua a assustar cada vez mais" o catedrático é "a sensação de que a evolução está a ser no sentido da destruição absoluta do tecido público", o que para Sobrinho Simões poderá ser "monstruoso para o país".

"Estou mais chateado, porque aconteceu o que nós prevíamos em termos de mudança de atitude face ao que é a função pública. Pensei que isso fosse acontecer acompanhado das modificações na selecção do que é melhor, a recompensa para o que está bem e a punição do que está a ser pior", disse o catedrático do IPATIMUP questionado pela Lusa sobre o estado da Nação, antes do debate com o primeiro-ministro, na quarta-feira, no Parlamento.

"Não resolvo o problema de Portugal se rebentar com tudo", declarou o investigador, para considerar que não haverá "uma solução para este país" se "pura e simplesmente" se achar que depois de dar "cabo de tudo, das cinzas, vai renascer uma sociedade feliz e eficiente".

Sobrinho Simões declarou ainda que não descortina uma alternativa para Portugal que não passe pelo "reforço emagrecido do Estado", um aparente "paradoxo" que resolve ao considerar que "o Estado deve emagrecer" mas mantendo as "instituições públicas que sirvam de referência e que puxem o nível [das restantes instituições] para cima".

O professor e investigador de bioquímica estava, no início de 2012, "convencido de que iria haver uma atitude de reorganização da função pública", que se traduziria num "menor número de hospitais, de faculdades, instituições de investigação e tribunais", algo que via com bons olhos desde que "os que ficassem fossem seleccionados pela positiva e fossem estimulados a ser bons".

"O que eu estou a ver é muitas medidas de corte cego através do tecido social sem haver a introdução de mecanismos de recompensa e castigo", reiterou.


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