Notícia
"A minha preocupação é vender, vender, vender"
Secretária de Estado do Turismo já concluiu a revisão da Lei das Agências de Viagens e tem em curso a alteração da organização regional. Cecília Meireles sublinhou que a sua prioridade é a promoção do País e o apoio às empresas do sector.
27 de Junho de 2012 às 00:01
Apesar da retracção do consumo e da crise, o turismo tem apresentado números positivos. A secretária de Estado do Turismo admite que as suas expectativas não são altas, mas as "armas" já estão apontadas. Promoção e apoio às empresas são as prioridades traçadas pelo Governo para um sector prioritário.
Este arranque de ano está a ir ao encontro das suas expectativas?
É difícil de responder, porque as minhas expectativas para este ano não são altas. Os principais mercados: Portugal, Espanha e Reino Unido estão em retracção, mas a procura de estrangeiros está a aumentar 3,3%, sem que para isso contribuam os nossos dois principais mercados. Isso quer dizer que estamos a conseguir diversificar e esse é que é o caminho. Estive no Dubai, onde vai passar a haver um voo directo, esta é uma aposta.
Portugal é efectivamente interessante para o Médio Oriente?
Quando cheguei lá achava que era mais uma missão exploratória do que comercial, no fim achei que foi mais ao contrário, porque correu bem. Portugal tem o factor de ser novidade, de ser Europa e ter muito para oferecer, principalmente para turistas em que o principal é o serviço e a sua exclusividade, e não o destino. E eu acho que este voo vai ser utilizado por outros mercados asiáticos, como a Índia, e aí já estamos também com planos para ir trabalhando.
Que planos são esses?
Para já ainda é cedo, mas estamos a planear viagens do género desta para outros mercados relativamente novos. Mas isso exige tempo de preparação.
Como é que vê o Verão? Preços ainda mais baixos e fraca procura...
Há dois problemas: um com a procura, nomeadamente do Reino Unido para o Algarve e aqui podemos ter uma surpresa agradável, ou não ter, e estamos preparados para os dois cenários. Nos últimos anos assistimos a aumento sistemático de oferta, que foi excessivamente baseado em "resorts" e imobiliário e excessivamente alavancado. E quando a procura não aumentou, o resultado óbvio era a pressão sobre os preços e problemas de liquidez. E face a isto o Governo assinou um memorando de entendimento com 14 instituições financeiras e uma linha para a tesouraria no valor de 80 milhões de euros e outra de 120 milhões, para permitir operações de reestruturação, concentração e reabilitação.
Já foram assinados os primeiros contratos destas linhas?
Neste momento já estão reunidas todas as condições para entrarem em funcionamento estes protocolos. Ainda não foi assinado o primeiro, mas será em breve.
Em que fase estão os fundos de reestruturação e qual o papel do Governo?
Esses fundos tem a ver com as próprias instituições de crédito e desse ponto de vista não gostava de dizer nada. Eu tenho vindo a acompanhar os diferentes fundos, mas são fundos privados.
O Governo vai prestar alguma ajuda?
Para já estamos a acompanhar, é precoce dizer mais sobre o assunto.
Em termos de legislação já aprovaram a revisão da Lei das Agências de Viagens, agora em que fase está a reorganização das regiões de turismo?
Esta é uma reforma muito complexa, tem muitos intervenientes, ela tem que ser feita de forma muito pensada. A acrescer a isto, há uma complexidade jurídica que tem que ficar definida nesta lei e não é só uma tecnicidade, porque daí decorrem outras questões, como a contratualização e a série de regras de aplicação da Administração Pública. O objectivo é terminar em 2012, para em 2013 entrarmos com corpos dirigentes novos e entidades novas.
Com tantas entidades existem funções sobrepostas. Há gente a mais?
Um dos problemas identificados é a sobreposição, agora eu gostava que esta reforma fosse marcada por uma maior participação das empresas e uma maior autonomia. E nesta medida estes órgãos também deverão ser responsáveis por tomar as decisões que parecerem mais adequadas.
Mas serão necessárias menos pessoas?
É precoce dizer isto, até porque essa decisão serão dos órgãos e não do Governo. Cada órgão é que irá definir as suas prioridades.
Apesar de no todo haver menos dinheiro, cada entidade terá mais dinheiro para gerir ao juntar a promoção interna com a externa?
Ainda é precoce falar de um modelo de financiamento.
Em 2013 já haverá um novo modelo de contratualização, ou admite manter o mesmo enquanto as entidades se organizam?
É possível haver um modelo intermédio em 2013.
Com menos verbas, como será a promoção de Portugal para o próximo ano?
A minha maior preocupação é sermos cada vez mais eficazes, querermos vender, vender, vender. Não é possível fazer promoção sem dinheiro. Quando falamos de promoção falamos sempre de publicidade, e realisticamente se queremos competir com a Espanha é certo que temos sempre menos recursos. Portanto temos que saber ser diferentes, não é abdicar da publicidade, mas é saber apostar em meios novos. Já entrou uma campanha online, temos feito campanhas originais, vai haver uma acção táctica no Brasil com a TAP e o caminho é por aqui. Já arrancou o processo de reformulação do portal do Turismo de Portugal e a estratégia passará por acções de activação da marca Portugal e do destino nos vários países e nos mercados estratégicos, para que com os recursos que temos, que não são tão escassos como se pensa, sermos cada vez mais eficazes. Mas cada acção tem que ser adequada ao mercado.
Que prioridades tem até ao final do ano?
A prioridade máxima tem a ver com a promoção, a segunda terminar a reforma da orgânica regional e pôr a andar e aprofundar os mecanismos de financiamento. O que o Governo encontrou no Turismo de Portugal foi duas participadas e uma direcção de investimento, que funcionavam de forma algo desarticulada e o que queremos é criar um verdadeiro centro de competências no que toca ao investimento e ao apoio no Turismo de Portugal, com novas directrizes e vocacionadas para o apoio a empresas. A nossa ideia é ter, em vez de uma mentalidade "de balcão" em que cada pessoa tem o seu pequeno departamento, um serviço quase de consultoria e propor os mecanismos mais adequados.
Este arranque de ano está a ir ao encontro das suas expectativas?
Portugal é efectivamente interessante para o Médio Oriente?
Quando cheguei lá achava que era mais uma missão exploratória do que comercial, no fim achei que foi mais ao contrário, porque correu bem. Portugal tem o factor de ser novidade, de ser Europa e ter muito para oferecer, principalmente para turistas em que o principal é o serviço e a sua exclusividade, e não o destino. E eu acho que este voo vai ser utilizado por outros mercados asiáticos, como a Índia, e aí já estamos também com planos para ir trabalhando.
Que planos são esses?
Para já ainda é cedo, mas estamos a planear viagens do género desta para outros mercados relativamente novos. Mas isso exige tempo de preparação.
Como é que vê o Verão? Preços ainda mais baixos e fraca procura...
Há dois problemas: um com a procura, nomeadamente do Reino Unido para o Algarve e aqui podemos ter uma surpresa agradável, ou não ter, e estamos preparados para os dois cenários. Nos últimos anos assistimos a aumento sistemático de oferta, que foi excessivamente baseado em "resorts" e imobiliário e excessivamente alavancado. E quando a procura não aumentou, o resultado óbvio era a pressão sobre os preços e problemas de liquidez. E face a isto o Governo assinou um memorando de entendimento com 14 instituições financeiras e uma linha para a tesouraria no valor de 80 milhões de euros e outra de 120 milhões, para permitir operações de reestruturação, concentração e reabilitação.
Já foram assinados os primeiros contratos destas linhas?
Neste momento já estão reunidas todas as condições para entrarem em funcionamento estes protocolos. Ainda não foi assinado o primeiro, mas será em breve.
Em que fase estão os fundos de reestruturação e qual o papel do Governo?
Esses fundos tem a ver com as próprias instituições de crédito e desse ponto de vista não gostava de dizer nada. Eu tenho vindo a acompanhar os diferentes fundos, mas são fundos privados.
O Governo vai prestar alguma ajuda?
Para já estamos a acompanhar, é precoce dizer mais sobre o assunto.
Em termos de legislação já aprovaram a revisão da Lei das Agências de Viagens, agora em que fase está a reorganização das regiões de turismo?
Esta é uma reforma muito complexa, tem muitos intervenientes, ela tem que ser feita de forma muito pensada. A acrescer a isto, há uma complexidade jurídica que tem que ficar definida nesta lei e não é só uma tecnicidade, porque daí decorrem outras questões, como a contratualização e a série de regras de aplicação da Administração Pública. O objectivo é terminar em 2012, para em 2013 entrarmos com corpos dirigentes novos e entidades novas.
Com tantas entidades existem funções sobrepostas. Há gente a mais?
Um dos problemas identificados é a sobreposição, agora eu gostava que esta reforma fosse marcada por uma maior participação das empresas e uma maior autonomia. E nesta medida estes órgãos também deverão ser responsáveis por tomar as decisões que parecerem mais adequadas.
Mas serão necessárias menos pessoas?
É precoce dizer isto, até porque essa decisão serão dos órgãos e não do Governo. Cada órgão é que irá definir as suas prioridades.
Apesar de no todo haver menos dinheiro, cada entidade terá mais dinheiro para gerir ao juntar a promoção interna com a externa?
Ainda é precoce falar de um modelo de financiamento.
Em 2013 já haverá um novo modelo de contratualização, ou admite manter o mesmo enquanto as entidades se organizam?
É possível haver um modelo intermédio em 2013.
Com menos verbas, como será a promoção de Portugal para o próximo ano?
A minha maior preocupação é sermos cada vez mais eficazes, querermos vender, vender, vender. Não é possível fazer promoção sem dinheiro. Quando falamos de promoção falamos sempre de publicidade, e realisticamente se queremos competir com a Espanha é certo que temos sempre menos recursos. Portanto temos que saber ser diferentes, não é abdicar da publicidade, mas é saber apostar em meios novos. Já entrou uma campanha online, temos feito campanhas originais, vai haver uma acção táctica no Brasil com a TAP e o caminho é por aqui. Já arrancou o processo de reformulação do portal do Turismo de Portugal e a estratégia passará por acções de activação da marca Portugal e do destino nos vários países e nos mercados estratégicos, para que com os recursos que temos, que não são tão escassos como se pensa, sermos cada vez mais eficazes. Mas cada acção tem que ser adequada ao mercado.
Que prioridades tem até ao final do ano?
A prioridade máxima tem a ver com a promoção, a segunda terminar a reforma da orgânica regional e pôr a andar e aprofundar os mecanismos de financiamento. O que o Governo encontrou no Turismo de Portugal foi duas participadas e uma direcção de investimento, que funcionavam de forma algo desarticulada e o que queremos é criar um verdadeiro centro de competências no que toca ao investimento e ao apoio no Turismo de Portugal, com novas directrizes e vocacionadas para o apoio a empresas. A nossa ideia é ter, em vez de uma mentalidade "de balcão" em que cada pessoa tem o seu pequeno departamento, um serviço quase de consultoria e propor os mecanismos mais adequados.