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Putin admite funcionamento do Nord Stream a 20% da capacidade
O presidente russo explica ainda que não sabe em que condições vai chegar a turbina enviada para o Canadá para reparação, com a Gazprom a indicar que ainda não recebeu qualquer tipo de informação sobre o equipamento.
A empresa estatal russa de fornecimento de gás, Gazprom, assegura que não recebeu qualquer tipo de informação sobre a turbina do gasoduto Nord Stream 1, que foi enviada para o Canadá para reparação.
Neste momento, ainda decorre a manutenção do gasoduto, que deverá reabrir esta quinta-feira às seis da manhã. Em resposta aos jornalistas, em Teerão, o presidente russo, Vladimir Putin, explicou que sem a turbina o gasoduto não conseguirá retomar o fluxo diário que tinha antes de entrar em reparação, 60 milhões de metros cúbicos - o que já representava 40% da sua capacidade total. Segundo Putin, o Nord Stream 1 vai ter de retomar com um fornecimento de apenas 30 milhões, cerca de 20% da capacidade máxima da infraestrutura.
"Há duas turbinas funcionais que bombeiam 60 milhões de metros cúbicos por dia. Se uma não for devolvida, só vai haver a outra, o que dá 30 milhões de metros cúbicos. A Gazprom tem alguma coisa a ver com isso?", questionou.
Num evento televisionado, na tarde de quarta-feira, Putin já admitiu o envio das turbinas pelo Canadá, mas levantou uma nova questão: "Eles agora dizem que vão devolver as turbinas, pelo menos uma delas. Mas em que qualidade vão ser devolvidas, quais são os parâmetros técnicos depois desta reparação, o que está planeado?".
De acordo com um tweet da estatal energética russa, esta quarta-feira, ainda não foi recebida qualquer documentação por parte da Siemens, responsável pela turbina e pelo seu envio primeiramente para a Alemanha e depois para Portovaya, na Rússia.
— Gazprom (@GazpromEN) July 20, 2022
Este porto russo tem seis grandes turbinas que permitem que o gás percorra 1.200 quilómetros, desde a Rússia até à Alemanha, sendo que uma delas se encontrava no Canadá para ser reparada e acabou por ficar "presa" devido às sanções. De acordo com a Gazprom, antes do encerramento do gasoduto apenas duas estavam em funcionamento.
"É absolutamente claro que Moscovo está a cortar os fluxos de gás por razões geopolíticas - querem criar uma crise de gás europeia este inverno, para levar a Europa a um ponto em põe fim ao apoio à Ucrânia", explica Tim Ash, analista da Bluebay Asset Management à Bloomberg.