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PSD viabiliza PEC "para acalmar os mercados"

A presidente do PSD divulgou na abertura do congresso extraordinário em Mafra que os social-democratas vão-se abster na votação parlamentar do projecto de resolução com as medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) até 2013.

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A presidente do PSD divulgou na abertura do congresso extraordinário em Mafra que os social-democratas vão-se abster na votação parlamentar do projecto de resolução com as medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) até 2013.

Manuela Ferreira Leite começou por dizer que as medidas de austeridade que serão apresentadas no final do mês à Comissão Europeia “só são necessárias por culpa das políticas socialistas”, mas que “por interesse nacional” o PSD não vai chumbar o PEC.

“A posição do PSD resulta exclusivamente do interesse nacional. A posição do PSD é decisiva para acalmar os mercados”, justificou a presidente cessante num anúncio que, como se previa, não arrancou palmas aos congressistas.

Apesar do apoio discreto ao programa do Governo para enviar um sinal de maior estabilidade política em Portugal, Ferreira Leite deixou críticas muito duras à actuação de José Sócrates, que apelidou de “desesperada”.

“As medidas [previstas no PEC] são adequadas a uma situação desesperada. Só por desespero se pode aumentar impostos a três milhões de portugueses, dizendo com a maior desfaçatez aos portugueses q não há aumento de impostos”, disse.

Para a líder laranja, “hoje é tempo de pagar a factura” e a austeridade do PEC, que Ferreira Leite chamou ironicamente de “programa de estabilidade e estagnação”, é uma “confissão pública [do Executivo] de que os portugueses foram enganados e que o PSD tinha razão”.

“O engenheiro Sócrates tem rasgado uma a uma todas as medidas que defendeu anteriormente e que não o podia ter feito porque não tinha recursos para as pagar. Hoje sente-se o desespero revoltado dos que se sentem enganados. É o preço de conquistar o poder à custa de enganos e ilusões”, concluiu.

Para demonstrar que tinha razão e para justificar o balanço de uma liderança que a “tranquiliza”, Ferreira Leite leu parte do seu discurso em Junho de 2008 quando foi entronizada no Congresso de Guimarães. Recordou a luta pela “sobrevivência das PME”, o ataque às grandes obras públicas como “um dos maiores erros políticos cometidos pelo País”, a “situação de quase emergência social” para que alertou então, ainda antes de eclodirem os efeitos mais nefastos da crise.

“A situação actual era previsível e evitável”, resumiu Ferreira Leite, que reclamou ainda razão em relação à “asfixia democrática” em Portugal ao recordar a tentativa de compra da TVI por parte da PT ou a “discricionariedade na atribuição de apoios públicos”.

A terminar, antes da interrupção dos trabalhos de Mafra para almoço, a ex-ministra das Finanças relevou ainda a “sobranceria política” que a sua liderança deixa como herança para o futuro, reconhecendo que “o caminho escolhido de contrariar as promessas fáceis era o mais difícil”.

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