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PS acusa Governo de consumir dinheiro de forma impreparada

O Partido Socialista acusou o Governo de estar a "consumir dinheiro de forma impreparada", ao comentar a aprovação hoje pelo executivo de 59 investimentos prioritários, a maioria dos quais nos sectores marítimo-portuário e ferroviário.

03 de Abril de 2014 às 22:54
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O dirigente socialista Eurico Brilhante Dias afirmou à agência Lusa que "o Governo foi capturado por uma contradição insanável" e que, "em grande medida, não era de esperar que um governo que não tem uma ideia estratégia para o país a tivesse para as infra-estruturas".

 

O Governo aprovou hoje um conjunto de 59 investimentos prioritários a concretizar nos próximos oito anos, que envolvem um investimento global de 6.067 milhões de euros, a maioria dos quais nos sectores marítimo-portuário e ferroviário.

 

As prioridades estão estabelecidas num relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho para as Infra-estruturas de Elevado Valor Acrescentado que o Governo vai enviar na sexta-feira para Bruxelas e cujas linhas gerais foram apresentadas hoje pelo Ministro da Economia, numa conferência de imprensa.

 

Eurico Brilhante Dias acusou o Governo de "elencar um conjunto de projectos, sem desígnio colectivo e sem coerência interna", apontando ainda que o executivo "vem dizer que estes projectos são prioritários quando ao mesmo tempo ainda não fez os estudos sobre os seus impactos na economia, no emprego e de natureza ambiental".

 

"Ficam as perguntas: então [os projectos] são prioritários, mas não conhecemos os impactos? Então e se depois dos estudos resultar que os impactos são mínimos ou negativos deixam de ser prioritários?", questionou.

 

O socialista recordou que, "durante 2013, o secretário-geral do PS e o PS no parlamento, por várias vezes, pediram ao Governo que avançasse no trabalho de preparação deste quadro comunitário, [no qual] a área das infra-estruturas é central".

 

A situação levou-o a considerar que "há projectos que estão presentes com mérito individual, alguns dos quais já deviam estar concluídos, como o Túnel do Marão, mas o seu mérito individual carece de coordenação".

 

Acentuou ainda que "há projectos com maturidade diferente: projectos que estão quase a terminar, outros que nem sequer começaram, outros [ainda] de que se desconhece o impacto na economia portuguesa".

 

Eurico Brilhante Dias acusou o executivo de "não ter feito os trabalhos de casa", questionando: "Como saímos desta contradição insanável -- entre o que é prioritário, mas não foi estudado, e o que provavelmente deixará de ser prioritário se for estudado?" "O país não pode continuar a gastar fundos comunitários desta maneira. Não pode continuar a consumir dinheiro de forma impreparada. É isto que está a acontecer", sintetizou.

 

Apontou ainda ao Governo a contradição de ter "diabolizado o investimento público" e agora estar com a "necessidade de apresentar um conjunto de projectos ao abrigo do quadro comunitário".

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