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Privados querem que BCE participe no perdão da dívida grega

Charles Dallara, presidente do IFI, pede a participação dos bancos centrais e outros institutos públicos no perdão à dívida grega, numa altura em que os responsáveis políticos europeus pedem maiores concessões aos credores privados.

24 de Janeiro de 2012 às 19:37
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Charles Dallara, presidente do Instituto Financeiro Internacional (IFI), pede a participação dos bancos centrais e outros institutos públicos no perdão à dívida grega, numa altura em que os responsáveis políticos europeus pedem maiores concessões aos credores privados.

O representante de 450 dos bancos e outras entidades privadas que detêm a dívida da Grécia relembra, a este propósito, o acordo da cimeira europeia que teve lugar a 26 de Outubro, explica o “Financial Times”. Uma solução em que instituições como o Banco Central Europeu (BCE) tenham condições diferentes dos bancos privados é uma traição dos princípios desse acordo, disse.

Os bancos comerciais e outros entes privados detêm 200 mil milhões de euros, o equivalente a 60% da dívida grega, enquanto os bancos centrais e outras instituições públicas são credores dos restantes 40%, ou 133 mil milhões de euros, segundo a publicação britânica.

Ainda assim, Charles Dallara disse ter esperança de que as partes envolvidas nas negociações para a redução da dívida da Grécia encontrem “terreno comum”, refere a agência noticiosa norte-americana Bloomberg.

O IFI entregou uma proposta "máxima" de um perdão de 68% ao valor da dívida da Grécia, através da troca da dívida pública do país por obrigações com maturidade de 30 anos e um cupão de 4,25%, divulgou a Bloomberg com base em duas fontes próximas das negociações.

Uma proposta a que os responsáveis europeus responderam sinalizando que iriam pedir aos privados um sacrifício maior no acordo com vista a tornar a dívida do país sustentável. Os responsáveis europeus querem que os bancos privados aceitem uma troca de dívida por obrigações com um cupão de 3,5% em dívida com maturidade em 2020 e de 4,15% na emissão com prazo de 30 anos.

Carsten Brzeski, economista do ING Group, calculou o valor da proposta dos privados e a dos responsáveis europeus e concluiu que a diferença entre as duas “se reduz a 10 a 20 mil milhões de euros”, ao longo da vida toda das obrigações.

“Isto não é nada comparado com o impacto psicológico nas taxas implícitas nas obrigações de Espanha e de Itália se a Grécia ficar insolvente”, disse o economista do ING. “Eles vão chegar a um acordo”, concluiu.

Charles Dallara também acredita que as negociações chegarão a bom porto. “Nós pusemos uma oferta na mesa e ela continua na mesa”, disse o representante dos privados, referindo-se a uma proposta que definiu como a sua oferta “máxima”.

“Todas as partes têm de contribuir para a solução. Estamos a apagar da face da Terra 100 mil milhões de euros de empréstimos à Grécia”, acrescentou o responsável que vai estar, amanhã, numa reunião com os privados em Paris para “ver qual é a sua perspectiva” sobre o impasse nas negociações.

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