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PP vence eleições municipais em Espanha com maioria absoluta em Madrid

O Partido Popular venceu em três das quatro maiores cidades espanholas, com a exceção de Barcelona, onde se deu uma das maiores surpresas destas eleições locais, com a vitória do Juntos Pela Catalunha.

José Manuel Vida / EPA
Negócios com Lusa 29 de Maio de 2023 às 07:37
O Partido Popular foi a força política mais votada globalmente nas eleições municipais de domingo, em Espanha, tendo conseguido uma maioria absoluta em Madrid e conquistado Sevilha e Valência à esquerda.

O PP venceu assim em três das quatro maiores cidades espanholas, com a exceção de Barcelona, onde se deu, por outro lado, uma das maiores surpresas destas eleições locais, com a vitória do Juntos Pela Catalunha (JxCat), o partido de direita independentista do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont.

O segundo partido mais votado em Barcelona foi o BComú (esquerda), da atual presidente da câmara, Ada Colau, e o terceiro o partido socialista, sendo que as sondagens das últimas semanas e as projeções feitas no domingo davam um empate entre estas duas forças.

Globalmente, o PP foi o partido mais votado nas eleições municipais, com 31,5% dos votos, seguido pelo PSOE, com 28,2%.

No seu discurso da noite eleitoral, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo declarou: "Sei que o meu momento chegará se os espanhóis quiserem. É uma honra poder dizer que, ao fim de sete anos, o Partido Popular ganhou as eleições municipais e autonómicas na imensa maioria das aldeias, cidades e comunidades autónomas".


Alberto Núñez Feijóo disse ainda que o PP recuperou o partido "que sintoniza com a maioria de Espanha, centrado, amplo, onde cabe a imensa maioria dos espanhóis". Defendeu ainda que o PP deu "o primeiro passo para um novo ciclo político" e deixou o desafio: "Desfrutem esta noite porque amanhã começa o trabalho para as eleições legislativas".

O líder do PSOE e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, não falou à imprensa. A porta-voz do partido e ministra da Educação, Pilar Alegria, fez uma breve declaração aos jornalistas onde reconheceu a derrota: "Este é um mau resultado e não é aquilo que esperávamos. Não vamos esconder que pensávamos forjar uma maioria de progresso graças à mobilização do eleitorado progressista, o que não aconteceu. O PSOE assume que deve fazer melhor e esforçar-se mais nas próximas eleições. Temos de refletir sobre os próximos meses".


Os resultados refletem uma mudança em relação às eleições municipais anteriores, de 2019, em que o PSOE teve 29,38% dos votos e o PP conseguiu 22,62%. Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.

Os resultados confirmam também o avanço da extrema-direita, com o VOX a conseguir nas eleições locais de deste domingo 7,19% dos votos, depois de ter tido 3,56% em 2019.

Além de eleições municipais, houve também eleições regionais em 12 das 17 comunidades autónomas espanholas, mas a contagem de votos é mais lenta. No entanto, as contagens que se conhecem apontam também para o avanço do PP e do VOX e perdas do PSOE. 

Imprensa espanhola fala em "descalabro" socialista

A imprensa espanhola destaca esta segunda-feira "o descalabro" do partido socialista (PSOE) e do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, nas eleições municipais e regionais de domingo em Espanha e como o PP "arrasou" com uma vitória "sem paliativos".

"O PP arrasa em Madrid e multiplica o seu poder territorial", lê-se na manchete da edição impressa de hoje do jornal El País, que no editorial escreve que o Partido Popular (direita) conseguiu no domingo "um êxito sem paliativos", embora enfrente agora a decisão de aceitar ou não alianças com o VOX (extrema-direita) para governar várias regiões autónomas e cidades espanholas. Num outro título, o mesmo jornal escreve que foi o "antisanchismo" que levou o PSOE a esta derrota e prejudicou vários barões regionais e locais do partido.

O jornal El Mundo escreve também que "o PP arrasa e o castigo a Sánchez apaga o PSOE do mapa". No editorial, o diário defende que "Espanha castiga a forma de governar de Sánchez" e que o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, "impulsiona a mudança" num país governado pelos socialistas desde 2018 e que terá dentro de seis meses, em dezembro, eleições legislativas nacionais.

Para o El Mundo, as eleições de domingo, que Feijóo transformou num referendo ao "sanchismo", acabaram por ditar uma condenação às "alianças com populistas e independentistas" de Pedro Sánchez, que governa Espanha coligado com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos e que tem feito pactos com partidos catalães e bascos para aprovar leis como os orçamentos do Estado.

O ABC, outro jornal de âmbito nacional espanhol, escreve igualmente que o "PP arrasa e Sánchez arrasta o PSOE para o descalabro" e que a "perda de poder territorial" por parte dos socialistas "não encontra precedentes".

O La Vanguardia, que se publica na Catalunha, destaca que o PP ganhou as eleições numa noite "aziaga" para o PSOE, que Feijóo "se consolida" face às legislativas nacionais "com uma reviravolta no mapa territorial e em número de votos" e que "Sánchez sofre um duro golpe a apenas meio ano das eleições gerais".
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