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Portugal perdeu três lugares no ranking da competitividade
Os EUA já não são o país mais competitivo do mundo. O primeiro lugar do pódio no ranking da competitividade é agora de Hong Kong. Estudo aponta desafios para Portugal e identifica forças e fraquezas do país.
Portugal ocupa a 39ª posição no ranking mundial da competitividade para 2016, elaborado pela escola suíça de negócios IMD, tendo caído três lugares em relação à edição do ano anterior. O ranking que ordena 61 países, coloca Hong Kong no topo da lista, destronando os EUA, que há três anos seguidos ocupavam o primeiro lugar.
O ranking da responsabilidade da IMD é considerado permite fazer avaliar a competitividade dos países, olhando para vários aspectos além da vertente económica.
Na edição de 2016, Hong Kong ocupa a primeira posição, a Suíça a segunda e os EUA desceram para o terceiro lugar. "Os EUA ainda ostentam o melhor desempenho a nível económico no mundo, mas existem outros factores que temos em conta quando avaliamos a competitividade", explica Arturo Bris, director do IMD World Competitiveness Center.
Além das questões económicas óbvias, como o crescimento da economia por exemplo, a escola de negócios suíça também considera indicadores como a capacidade dos habitantes dos países falarem outras línguas, a cultura nacional ou a segurança cibernética para avaliar a competitividade dos países.
Com a 39ª posição, Portugal está entre a Turquia e a Eslováquia – um dos países que mais subiu no ranking, tendo passado da 46ª posição para a 40ª (na fotogaleria encontra o "rankig" dos 40 países mais competivos do mundo).
Mas o maior salto foi o da Irlanda, que melhorou nove posições face a 2015, quando ocupava o 16º lugar. No ranking elaborado este ano, a Irlanda – um dos países intervencionados pela troika – disparou para a sétima posição. Entre os países que passaram por um processo de ajustamento, a Espanha também melhorou no ranking (três posições – está agora em 34º), mas a Grécia perdeu lugares da tabela ao cair seis posições para 56º lugar.
Mas se a Irlanda foi o país que mais subiu no ranking, o Cazaquistão foi o que mais perdeu, recuando 13 lugares para 47º.
A Suécia é o primeiro país da União Europeia no ranking, com a quinta posição, e a Irlanda é o primeiro da zona euro, no sétimo lugar. Ambos melhoraram a competitividade face à edição anterior.
Portugal piorou em quase tudo, menos na eficiência nos negócios
Quando calcula a competitividade de um país, o IMD avalia quatro grupos de questões: o desempenho económico, a eficiência na Administração Pública, a eficiência nos negócios e as infraestruturas (físicas, tecnológicas e humanas).
No ranking para 2016, Portugal piora todas vertentes excepto na eficiência nos negócios, onde o país subiu de 48ª posição para 46ª. Para esta recuperação contribuíram desempenhos melhores na produtividade e eficiência, no mercado de trabalho, nas práticas de gestão e até nas atitudes e valores instituídos nos negócios. Apenas a área financeira (um dos subindicadores desta vertente) apresenta uma degradação.
Por outro lado, nas restantes vertentes Portugal apresentou resultados piores do que no ranking de 2015. O desempenho económico foi pior, principalmente devido ao investimento internacional. A eficiência na Administração Pública deteriorou-se, em resultado de praticamente todos os subindicadores (finanças públicas, política orçamental, enquadramento institucional e legislação dedicada aos negócios). Apenas o enquadramento para as empresas evitou uma degradação.
Em matéria de infraestruturas, foram três as matérias responsáveis pela perda de competitividade desta vertente: as infraestruturas básicas, tecnológicas e a educação.
Tendo em conta os resultados para Portugal, o instituto suíço identifica os cinco principais desafios que o país enfrenta: manter a tendência de redução do défice e acelerar a redução das dívidas pública e privada; promover um sistema bancário saudável e bem capitalizado; atrair e segurar investimento estrangeiro, em particular através de políticas orçamentais estáveis; melhorar as qualificações e promover reformas no mercado de trabalho que incentivem o mérito e a flexibilidade; e reforçar a produtividade e manter um excedente da balança comercial.
Forças e fraquezas de Portugal
O mesmo estudo identifica ainda aspectos mais concretos que são forças e fraquezas de Portugal. Do lado das forças está o custo de vida, as rendas dos escritórios, as leis de imigração, a cultura nacional, as remunerações na gestão, as soluções tecnológicas amigas dos ambiente, a assistência médica e a capacidade para falar línguas, entre outras.
Quanto às fraquezas, o estudo identifica a taxa de desemprego, a concentração das exportações por cliente, a justiça, as finanças públicas, as práticas de auditoria nas empresas, a responsabilidade social nas empresas, a capacidade para inovar, e a segurança cibernética, entre outras.
(Notícia corrigida com posição certa para o Cazaquistão e para o primeiro país da zona euro que aparece no ranking)