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Portugal e Espanha sem decisão sobre mercadorias no TGV Lisboa/Madrid

Portugal e Espanha ainda não chegaram a uma decisão quanto à utilização da ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa/Madrid também para o tráfego de mercadorias, embora a parte portuguesa vá estudar essa possibilidade. No entanto, o Governo port

04 de Maio de 2005 às 15:40
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Portugal e Espanha ainda não chegaram a uma decisão quanto à utilização da ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa/Madrid também para o tráfego de mercadorias, embora a parte portuguesa vá estudar essa possibilidade. No entanto, o Governo português garantiu que, a concretizar-se essa possibilidade, ela não colocará em risco o cumprimento dos compromissos assumidos nas duas últimas cimeiras luso-espanholas em relação a esta ligação, designadamente no que diz respeito às características da linha – alta velocidade definida pela directiva comunitária, bitola europeia, electrificação total e via dupla e em especial no tempo de trajecto para os passageiros, fixado em 2h45 minutos. Estas foram as principais conclusões da reunião realizada hoje em Lisboa entre os dois ministros dos Transportes, Mário Lino e Magdalena Alvarez.

"As linhas previstas nos acordos da Figueira da Foz e Santiago de Compostela mantêm-se, nos prazos e características que foram assumidos". Em particular, frisa o ministro português das Obras Públicas, "no que diz respeito à linha Lisboa/Madrid, que, reafirmamos, será uma linha de alta velocidade de acordo com a definição da directiva comunitária. Mas mais, acordámos que essa linha seria em bitola europeia, seria electrificada, em via dupla e que cada país estudaria a conveniência de ela ser parametrizada para o transporte de mercadorias no pressuposto e na convicção de que esta utilização da via para transporte de mercadorias não fere em nenhum aspecto o que está acordado no que diz respeito ao tempo de viagem para passageiros".

Espanha garante ligação para passageiros em 2h45

A ministra Magdalena Alavrez assumiu este compromisso pela parte de Espanha. "A linha está prevista para passageiros em alta velocidade, mas também queremos, e essa é a novidade, que sirva para mercadorias", o que implica um investimento adicional que "permite, caso se decida e pareça conveniente em termos de exploração, também utilizá-la para o tráfego de mercadorias". Mas as características da infra-estrutura, garante, "vão permitir o cumprimento da ligação para passageiros em 2h45. Podemos afastar qualquer preocupação ou dúvida sobre isso".

O ministro Mário Lino assumiu que não existe ainda sintonia entre os dois países nesta opção. Enquanto a Espanha já decidiu parametrizar a sua linha para mercadorias, no seu lado, Portugal ainda não tomou essa decisão. E os dois países, no seu conjunto, ainda não decidiram se haverá circulação de mercadorias nesta ligação, uma questão que será discutida no quadro do grupo de trabalho ibérico que vai analisar o regime de exploração da linha.

"Nenhum dos países decidiu que vai pôr mercadorias. O que se decidiu é que linha está preparada para quando se quiser e se quiser fazer mercadorias. Da parte da Espanha essa decisão está tomada. Da parte portuguesa, vamos tomar uma decisão".

Mas, realça «qualquer que seja a decisão de Portugal, e da parte portuguesa a linha pode não estar preparada para mercadorias, isso não afecta o que é importante: o transporte de passageiros entre Lisboa e Madrid se faz em alta velocidade e em 2h45 minutos."

Espanha quer ligação de alta velocidade Múrcia/Faro

Na reunião, Espanha manifestou o seu interesse na ligação de Faro até Múrcia, no quadro da linha transversal do Sul da Península que foi incluída no novo Plano de Infra-estruturas.

"Introduzimos no nosso plano de infra-estruturas uma conexão – Faro/Múrcia – que se o Governo português quiser e ainda de acordo com o compromisso da Figueira da Foz, será uma ligação transversal por todo o sul da Península Ibérica. Pensamos que é uma linha muito interessante com todo o Sul que ligaria directamente o Algarve com o Mediterrâneo".

No entanto, em relação a esta ligação, tal como todas as outras, o Governo português mantém os prazos previstos nas cimeiras. No caso da ligação de Faro a Espanha, a decisão de construir ainda não está tomada. Há uma indicação de estudá-la e o prazo indicativo é de 2018.

No comunicado conjunto, refere-se ainda que Portugal pediu que fosse dado o impulso à ligação Aveiro/Salamanca, prevista para 2015, com características para tráfego misto e Espanha fez o mesmo pedido em relação à ligação Porto/Vigo, prevista para 2009, que já se encontra em elevado nível de execução do lado espanhol. O comunicado faz, contudo, qualquer referência à quarta ligação a Espanha, Faro/Huelva/Múrcia.

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