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Portugal tem mais casas para habitação, menos proprietários e mais inquilinos

O parque habitacional cresceu nos últimos dez anos, mas são menos as pessoas que vivem em casa própria e um pouco mais as que optam pelo arrendamento, revelam os resultados provisórios do Censos 2021, divulgados pelo INE.

Portugal está entre os países da União Europeia onde se verifica maior disparidade entre o aumento dos preços das casas e a evolução dos salários.
Sérgio Lemos
16 de Dezembro de 2021 às 11:47
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Nos últimos dez anos verificou-se um aumento do número de alojamentos destinados à habitação em 72% dos municípios do país, sendo que o aumento mais expressivo se verificou nos Açores e no Algarve, seguindo-se a região norte. Centro e Alentejo registaram as menores subidas. A maioria dos alojamentos destinada a residência habitual é ocupada pelos próprios proprietários - uma fatia de 70%, mas abaixo dos 73,2% contabilizados há dez anos e dos 75,7%  de 2001. Em contrapartida, há agora mais casas arrendadas para habitação:  representam 22,3% do total, mais 2,4 pontos percentuais face a 2011. 

Os números são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e espelham os resultados provisórios do Censos 2021, divulgados esta  quinta-feira, 16 de dezembro. 

Na maioria dos casos o parque habitacional é composto por edifícios com apenas um alojamento (86,7%). Já os edifícios com dois  a quatro  alojamentos representam 7,5%, enquanto os edifícios de maior dimensão, com 10 ou mais alojamentos, correspondem apenas a 2,3% dos edifícios para fins habitacionais. Contas feitas, o  número médio de alojamentos por edifício em Portugal é de 1,7 valor que se mantém desde 2011. A Área Metropolitana de Lisboa é a região que apresenta o valor mais elevado, 3,3 alojamentos por edifício, enquanto que os Açores e o Alentejo que registam os valores mais baixos, 1,1 e 1,2, respetivamente. 

Arrendamento aumenta

Os resultados do Censos mostram que existem atualmente no país 922.921 fogos destinados ao arrendamento habitacional, um aumento de 16% face a 2011. São 22,3% do total, sendo que na Área Metropolitana de Lisboa o peso sobe para os 29,2%. A Região Centro é aquela onde o arrendamento é menos expressivo - 77,3% são proprietários e só 15,8 são arrendatários - seguida do Alentejo (com 17% de inquilinos) e dos Açores e Madeira (17,2% e 17,6%, respetivamente).

Olhando para as rendas suportadas pelos inquilinos, verifica-se que 2,2% dos arrendatários suportam valores acima dos mil euros mensais. Os montantes de renda mais frequentes localizam-se no intervalo entre os 650 e os 999,99 euros (40,4% das pessoas)



Mais de metade dos proprietários já têm a casa paga

No que toca às casas habitadas pelos proprietários, verifica-se que 61,6% não têm encargos financeiros resultantes da aquisição do imóvel. Para aqueles que ainda estão a pagar a casa ao banco, o valor do escalão mensal de encargos mais representativo é o dos 200 euros a 299,99 euros, onde estão 11% das pessoas. Há depois uma fatia de 9,2% com prestações entre 300 e 399,99 euros. O escalão mais baixo, para valores inferiores a 100 euros mensais representa 1,2% dos casos e o mais alto, acima dos mil eros, uma parcela de apenas 1,1% dos proprietários.

Refira-se ainda que, de acordo com o Censos, aumentou, face a 2011, o número de pessoas que vivem sozinhas e diminuiu a dimensão média dos agregados domésticos privados. 

Outro dado significativo é o que mostra um reforço ainda que ligeiro do peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias, ou seja, há menos pessoas com casas para férias. 


(notícia corrigida a 22/12 no que respeita às rendas acima de mil euros, na sequência de correção feita pelo INE)

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