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Portugal é o país da UE em que o valor acrescentado das exportações extra-UE menos pesa

Há uma fatia do valor acrescentado produzido em cada economia que resulta das exportações da União Europeia como um todo. Portugal é o país em que este ganho tem um peso mais baixo, mostram estatísticas do Eurostat.

Bruno Simão
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Portugal é o país da União Europeia em que o valor acrescentado que resulta das exportações para países terceiros, incluindo as suas, menos pesa. Segundo contas do Eurostat, que têm por base números de 2019, apenas 11,7% do valor acrescentado na economia portuguesa resulta das vendas para países extra-comunitários. No extremo oposto está a Irlanda, que tem 50,7% do valor acrescentado pela sua economia suportados pelas exportações da UE.

Segundo o Eurostat, no ano anterior à pandemia de covid-19, 2.585 mil milhões de euros de valor acrescentado na União Europeia foi suportado por exportações de bens e serviços para países que não são membros da UE. Este valor representra 20,7% do total do valor acrescentado no espaço comunitário.

Olhando para esta realidade por país, verifica-se que em termos absolutos a Alemanha é o Estado-membro com o maior valor acrescentado a resultar das exportações extra-comunitárias – o que seria de esperar, tendo em conta que é também o maior exportador europeu.

O Eurostat sublinha que 745,2 mil milhões de euros de valor acrescentado na Alemanha foi suportado por exportações da UE, incluindo as da própria economia alemã. "O nível de valor acrescentado na Alemanha suportado por exportações foi superior ao valor combinado de França (369,2 mil milhões) com Itália (290,6 mil milhões), que têm o segundo e terceiros maiores níveis", frisa o artigo do Eurostat.

Mas em termos relativos, ou seja numa análise ao peso do valor acrescentado criado em cada Estado-membro que depende do conjunto das exportações comunitárias, a Irlanda é o país que ocupa o topo da lista. 

Portugal destaca-se por ser o país onde o valor acrescentado menos resulta das exportações comunitárias, incluindo as originadas na própria economia portuguesa. Segundo as contas do Eurostat, 6,5% do valor acrescentado da economia portuguesa resulta de efeitos diretos das exportações domésticas, aos quais se somam 3,4% que resultam de efeitos indiretos e 1,8% que resultam de efeitos de outros países.

Ainda assim, a economia nacional é uma beneficiária líquida das exportações dos outros países europeus, na medida em que contribui menos com as suas exportações para o valor acrescentado criado noutros Estados-membros, do que aquilo que beneficia.
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