Notícia
Política do Banco de Inglaterra beneficiou mais os mais ricos
Os 5% mais ricos foram os mais beneficiados com a política do banco central de criação de moeda. A conclusão é do Banco de Inglaterra que frisa que, sem "quantitative easing", a maioria dos britânicos teria ficado pior.
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Face às críticas de que as sucessivas vagas de "quantitative easing" (QE) estariam a penalizar sobretudo os pensionistas, cujos rendimentos estão frequentemente indexados às "yields", o Banco de Inglaterra realizou um estudo de impacto que defende a sua opção, que foi acompanhada – tal como em Washington e em Frankfurt - pela fixação de taxas de juro nos níveis mais baixos de que há registo (0,5%).
Dito isso, o banco central admite que os benefícios dessa opção de gestão da política monetária não foram repartidos de forma equitativa. "Alguns indivíduos terão sido adversamente afectados pelos efeitos directos do QE. Muitas famílias receberam juros mais baixos dos seus depósitos. Mas foram as alterações nas taxas de juro – não a compra de activos – que tiveram impacto dominante nos juros recebidos pelas famílias sobre os seus depósitos ou nos pagos pelos seus empréstimos bancários", sublinha.
No relatório dirigido à comissão parlamentar de Finanças, hoje divulgado pela imprensa britânica, o Banco de Inglaterra admite ainda que, se terão evitado males maiores para a maioria dos britânicos, as vagas de QE terão beneficiado mais os britânicos mais ricos, ao fazer subir em termos relativos os preços de acções e obrigações, concentrados nas mãos de um punhado. Escreve o Banco de Inglaterra que, ao pressionar em alta o preço dos activos, as suas compras acabaram por aumentaram o valor da riqueza financeira das famílias, em particular dos 5% de famílias que deterão 40% do total dos activos em questão.