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Pneumonia atípica prejudica economia do sudeste asiático

A pneumonia atípica já está a afectar a economia de alguns países asiáticos. Analistas europeus e norte-americanos receiam que o contágio do vírus cause também estragos nas economias.

07 de Abril de 2003 às 19:31
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A pneumonia atípica já está a afectar a economia de alguns países asiáticos. Analistas europeus e norte-americanos receiam que o contágio do vírus cause também estragos nas economias.

O surto de pneumonia atípica em Hong-Kong já está a afectar a economia local e ameaça estender esse efeito aos demais países para onde o vírus se está a propagar.

Os efeitos mais imediatos da pneumonia atípica na economia de Hong-Kong são a redução na frequência de restaurantes e de centros comerciais, com ramificações nas indústrias a montante (alimentar, bebidas, vestuário, etc.). Por outro lado, o turismo está em queda acentuada para aquela região do Globo, com cancelamento de viagens, estadias e de conferências de negócios, por exemplo.

A doença está, ademais, a contribuir para o agravamento do clima de confiança, nomeadamente nos particulares mas também nos investidores estrangeiros.

Segundo um economista citado pelo Le Monde, uma crise com a duração de um mês reduzirá o crescimento da economia local em 0,5%. O mesmo jornal francês diz que, em 15 dias, os bares, cinemas, restaurantes e hotéis já acusam uma redução de actividade na casa dos 60% a 70%.

Impacto na economia mundial

Hong-Kong é a terceira maior economia asiática (depois do Japão e da China) e uma das poucas que tem crescido com expressão nos últimos anos, constituindo uma excepção ao clima recessivo da região. A pneumonia atípica pode acabar com esta excepção.

Os efeitos económicas da SARS («Severe Acute Respiratory Syndrome», nome e sigla científicos para a pneumonia atípica) estão para já restritivos ao sudeste asiático, mas alguns economias receiam que o contágio traga também más notícias para o Ocidente.

Na semana passada, o economista chefe da Morgan Stanley nos Estados Unidos, Stephen Roach, afirmou à CNN que pode verificar-se uma recessão mundial ainda este ano, em grande parte por causa dos receios causados pela SARS. O prognóstico anterior de Roach era de crescimento mundial de 2,5% em 2003.

Em declarações ao site CNNfn, Stephen Roach afirmou que a pneumonia atípica «é mais um prego no caixão da economia mundial».

Contágio não atingiu ainda Portugal

Em Hong-Kong estão diagnosticados 883 casos de contaminação, com 22 mortes. No mundo inteiro, o vírus já terá afectado 2.682 pessoas, tendo morto 98 delas, avançou a Organização Mundial de Saúde.

A China é o país com maior mortalidade: 52 pessoas já morreram, vítimas diagnosticadas de pneumonia atípica.

Em Portugal não foi ainda diagnosticado qualquer caso de pneumonia atípica, garantiu hoje à Lusa o director-geral de Saúde, José Manuel Pereira Miguel. O responsável desmentiu assim o seu sub-director, que avançou à edição de hoje do Diário de Notícias a existência de um caso, num hospital de Lisboa.

Na Europa, foram já diagnosticadas vítimas de SARS nos seguintes países: Bélgica (1), França (3), Alemanha (5), Irlanda (1), Itália (3), Roménia (1), Espanha (1), Suiça (1) e Reino Unido (4). Nos Estados Unidos forma detectados 115 casos.

Não está descoberto antídoto para este vírus.

Por Pedro S. Guerreiro

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