As associações representantes dos armadores e pescadores portugueses decidiram ao final da tarde terminar com a paralisação que iniciaram à meia-noite da passada quinta-feira. A decisão de suspender a greve não foi “pacífica”, com os armadores e pescadores a considerarem que as medidas apresentadas pelo Governo não são suficientes.

Os compromissos assumidos por Jaime Silva, ministro da Agricultura e Pescas, foram assim suficientes para convencer os pescadores a voltar ao mar, por enquanto. A partir das zero horas de dia 5 a greve será suspensa

Estes compromissos são: a isenção total da taxa social única por três meses a partir de Julho; instituição de uma linha de crédito de 40 milhões de euros a pagar em cinco anos com um ano de carência; reconfiguração do PROMAR com reforço dos meios, redução da taxa de vendagem de 4% para 2% para os barcos a gasolina e a constituição de um grupo de trabalho para acompanhar no futuro os problemas do sector

“Decidimos dar o benefício da dúvida ao Governo porque as medidas acordadas são insuficientes para enfrentar a crise actual”, afirmou António Miguel Cunha, presidente da Associação dos Armadores de Pesca Industrial (ADAPI) e representante do movimento associativo dos pescadores

“Deploramos que o Governo durante três anos tenha assumido uma postura injusta para as pescas”, acrescentou, salientando que “não foi pacífico chegar a uma conclusão hoje”, os pescadores e armadores estavam divididos.

Os intervenientes estiveram hoje reunidos mais de quatro, em Lisboa, até chegarem a uma decisão.