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PCP prepara-se para uma abstenção na primeira votação do orçamento

Ao contrário do Bloco que diz não ter condições para viabilizar proposta de Orçamento do Estado por falta de aceitação das suas propostas por parte do Governo, as negociações com o PCP parecem estar a correr melhor. E Jerónimo de Sousa fez questão em sinalizar que está disposto a viabilizar o documento "mesmo num quadro em que as propostas são insuficientes".

António Cotrim
12 de Outubro de 2020 às 17:28
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O PCP ainda não disse o que tenciona fazer, mas tudo aponta para que os comunistas venham a abster-se na votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021. Não só as negociações com o governo têm corrido bem – pelo menos tão bem como as que ocorreram nos orçamentos anteriores de António Costa – como as declarações públicas de Jerónimo de Sousa apontam no sentido da viabilização da proposta.

A partir dos Açores, o secretário-geral do PCP veio ontem afirmar que o partido não defende "o quanto pior, melhor" mesmo quando as propostas [do governo] ficam aquém do reclamado pelo partido. "É com esse objetivo que o PCP está a intervir, num quadro em que as propostas são insuficientes, o que não impede o PCP de continuar a intervir para ver inscritas as medidas que a situação reclama", afirmou.

"Nós não defendemos o quanto pior, melhor. Nós consideramos que quanto pior, pior", afirmou, citado pela RTP. "E", continuou "é por isso que aqui estamos neste debate, designadamente no orçamento para que seja possível um quanto melhor para bem do nosso país, dos trabalhadores e do povo português", disse, no que alguns interpretaram como uma resposta em jeito de antecipação ao anúncio de Catarina Martins de que o Bloco não via condições para viabilizar o orçamento.

Contactada, fonte oficial do partido não soube adiantar quando é que o PCP tomará uma posição sobre a primeira votação do orçamento. Mas, embora o PCP não tenha feito ainda uma apreciação pública das suas conquistas neste orçamento, são já evidentes vários ganhos relevantes que tornam improvável um voto contra, tais como: a renovação do aumento extraordinário de pensões (especialmente caro em ano de inflação nula); o subsídio de penosidade nas autarquias; o alargamento da gratuitidade das creches para o segundo escalão de rendimentos da comparticipação familiar, só para citar alguns exemplos.

No entanto, nas negociações  sobre orçamentos de Estado, toda as partes sabem que até ao lavar dos cestos é vindima. Nem a possibilidade do Bloco viabilizar o documento está afastada definitivamente após as declarações de Catarina Martins, nem António Costa pode contar a 100% com a abstenção do PCP na generalidade. 

Mas uma coisa é certa: se o Bloco votar contra, o Executivo terá de convencer o PAN a viabilizar o orçamento, algo que também não está, para já, garantido.  

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