Notícia
Paulo Pedroso feliz por não ser deputado com este PEC
O ex-ministro do Trabalho de António Guterres, Paulo Pedroso, sente-se "feliz" por não ter sido candidato a deputado na actual legislatura, o que o obrigaria a votar favoravelmente o novo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), quando discorda frontalmente da limitação imposta às prestações sociais não contributivas e com o facto de a "factura dos pobres ser tão pesada".
18 de Março de 2010 às 08:17

Num texto que escreveu anteontem no seu blogue (bancocorrido.blogspot.com), e que é hoje noticiado no jornal “Público”, Paulo Pedroso escreve sem rodeios: "Hoje sinto-me verdadeiramente feliz por não ter sido candidato a deputado nesta legislatura". "Eu queria simpatizar com o PEC, mas não consigo depois de me confrontar com a frieza do quadro da página 6 onde são apresentadas as facturas que ele implica para 2011, 2012 e 2013".
Já em relação ao tecto imposto às despesa nas prestações sociais não contributivas, lembra que "quando ele estiver esgotado, quem quer receber, por exemplo, o subsídio social de desemprego ou o complemento solidário para idosos, apesar de ter direito à prestação, não o receberá".
Pedroso detém-se depois na questão das despesas com os mais pobres, que, revela, vão diminuir em 200 milhões de euros entre 2011 e 2013, dos quais 30 milhões serão no RSI. Sobre os outros 170 milhões, questiona por que não se evidencia onde estão.
"Estigma é estigma e quem escolheu este símbolo no PEC fez uma escolha clara sobre como quer tratá-lo", refere, para sublinhar que não se conforma com o facto de a "factura dos pobres ser tão pesada" em plena crise económica e em situação de risco de crise social. "Não consigo aceitar, nem por nada".
"Repare-se que, em 2011, o Estado vai buscar mais aos pobres do que ao adiamento das infra-estruturas, e que vai, afinal, e para minha surpresa, buscar a estas prestações mais do que à famosa nova taxa de IRS de 45%", alerta.