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Paulo Campos pede direito ao contraditório e diz-se alvo de combate político

O deputado socialista Paulo Campos afirmou hoje que está totalmente disponível para colaborar com a justiça e exigiu direito ao contraditório na comunicação social, considerando que a questão das parcerias público-privadas (PPP) é instrumento de "combate político".

27 de Setembro de 2012 às 18:26
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Paulo Campos falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de questionado sobre as buscas realizadas pela PJ na sua residência no âmbito de uma investigação sobre as PPP, que também abrangeu os ex-ministros socialistas Mário Lino e António Mendonça.

Nas suas declarações, Paulo Campos recusou-se a comentar as afirmações feitas quarta-feira pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que sobre este caso disse que o tempo da impunidade tinha acabado.

"Sempre mostrei total disponibilidade para colaborar com a comissão de inquérito parlamentar [sobre as PPP], com a justiça e com os órgãos de comunicação social para esclarecer todas as matérias - matérias que têm sido veiculadas ao longo de meses sem que na maiorias das vezes tenha sido feito o contraditório relativamente àquilo que era dito. Portanto, quero registar o interesse relativo a esta matéria [PPP] e, sobretudo, quero dizer que estou totalmente disponível para esclarecer todas estas questões nos espaços de comunicação. Há longos meses que se assiste a insinuações e calúnias, na maioria das vezes sem qualquer possibilidade de contraditório, apesar de eu, reiteradamente, ter manifestado a minha disponibilidade para exercer esse contraditório", disse.

Paulo Campos fez depois críticas sobre alguns espaços televisivos em que têm sido analisadas as questões relativas às PPP.

"Nos programas com Medina Carreira [na TVI] e de José Gomes Ferreira [jornalista da SIC], estas questões são semanalmente debatidas, sem que haja a presença de vozes discordantes que possam dar uma visão alternativa relativamente ao que se passa", afirmou.

Questionado se há "uma caça ao homem" a partir da questão das PPP, o ex-secretário de Estado das Obras Públicas contrapôs que "há um combate político e não uma questão pessoal".

"Não é inocente que a maioria das vezes este assunto [das PPP] venha à tona (embora não necessariamente esta semana) quando é necessário que venha à tona. Estamos perante um tema complexo e que necessita de esclarecimento para que os portugueses saibam a verdade", salientou.

Para Paulo Campos, o tema das PPP está a ser "usado do ponto de vista político para atingir determinados fins".

"Na maioria dos casos, este combate político tem sido desigual, porque é utilizado um tempo de antena que não é dado à outra parte", criticou.

Interrogado se o sistema judicial está a ser utilizado no alegado combate político, o ex-secretário de Estado das Obras Públicas negou.

"Entendo que nem sempre tem sido veiculada a verdade pelos órgãos de comunicação social. Ainda na quarta-feira, houve uma reportagem de três ou quatro minutos a colocar ex-ministros das Obras Públicas como responsáveis de determinadas PPP e que terminava a dizer que no primeiro trimestre deste ano já se pagaram 250 milhões de euros. Ora, desses 250 milhões de euros que estavam nessa reportagem, nenhum tem a ver com qualquer PPP lançada por governos de José Sócrates, há claramente uma mistificação que é transmitida ao país", apontou.
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