Passos Coelho ordenou ainda a Júlio Pereira que abra um inquérito, com vista a esclarecer esta situação "de grande gravidade", contou à Lusa fonte do gabinete do chefe do Governo.

O jornal "Expresso" noticiou no passado Sábado uma alegada espionagem do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) ao telemóvel do então jornalista do Público Nuno Simas, que agora está na Agência Lusa. De acordo com o semanário, uma lista com todas as chamadas efectuadas e SMS enviados por Nuno Simas foi parar às mãos do então director do SIED, Jorge Silva Carvalho, com o nome de código "lista de compras".



Ainda de acordo com o semanário, essa lista, que detalhava todos os números e a duração das chamadas, era importante para apurar se alguma das fontes do jornalista, que escrevia regularmente sobre as secretas, estava dentro do SIED.



Na sequência da notícia, a direcção do jornal Público apresentou uma queixa-crime contra incertos na Procuradoria-Geral da República e exigiu ao Governo um inquérito que apure responsabilidades e que vá "até às últimas consequências". Passos Coelho ordenou essa investigação a Júlio Pereira e recebeu a notícia da alegada espionagem "com extrema preocupação", de acordo com a "Lusa".


Vai ser aberto igualmente um inquérito pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. A Comissão Nacional de Protecção de Dados também vai iniciar um processo de averiguações, segundo o "Público".