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Ordem dos Farmacêuticos processa Hospital de Setúbal
A Ordem dos Farmacêuticos vai processar a administração do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, por este ter nomeado uma nova directora para os Serviços de Planeamento e Farmácia do hospital «sem preparação na área farmacêutica».
De acordo com um comunicado hoje divulgado, esta nomeação constitui «uma grave violação da actual legislação sobre a farmácia hospitalar e representa uma clara ingerência na actividade profissional do farmacêutico e nas suas responsabilidades e competências na área do medicamento».
«Criar este serviço e nomear um não farmacêutico para o dirigir são decisões de uma enorme gravidade, que põem em causa a qualidade do serviço prestado e a segurança na utilização dos medicamentos dentro do hospital, não respeitando a identidade e a autonomia próprias dos serviços farmacêuticos hospitalares», lê-se no comunicado enviado aos órgãos de comunicação social.
A Ordem dos Farmacêuticos lembra ainda que, «desde os anos 60, e em toda a Europa, os serviços de farmácia hospitalar são considerados serviços com autonomia técnica e científica, razão porque a legislação portuguesa consagrou este preceito».
A decisão da administração do Hospital de Setúbal «vem dar razão às críticas do bastonário da Ordem, Aranda da Silva, que tem sucessivamente alertado para o enquadramento que os serviços farmacêuticos hospitalares estão a ter nos novos hospitais SA, nomeadamente no desrespeito pela autonomia técnica e científica desses serviços e nos aspectos relacionados com a gestão, selecção de medicamentos e gestão de recursos humanos», conclui a Ordem.