«O cenário mais provável para os próximos dois anos é o de um crescimento sustentado nos EUA e de recuperação progressiva na Europa e no Japão», afirmou hoje a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), no seu relatório de previsões de Outono.

Assim, os EUA deverão ver a sua economia a crescer este ano 2,9%, acelerando para 4,2% em 2004, já acima do seu potencial, a que se seguirá uma expansão de 3,8%.

A Zona Euro virtualmente estagnará, com um crescimento de 0,5%, recuperando para 1,8% em 2004, e não atingindo valores na proximidade do seu potencial senão em 2005. O Japão registará este ano um crescimento de 2,7%, mantendo-se com uma taxa constante de expansão, de 1,8%, nos dois anos seguintes.

De acordo com a caracterização da OCDE da situação actual, «o forte impulso já foi conseguido na Ásia, na América do Norte e Reino Unido fornece ampla evidência da renovada força da economia mundial».

E mesmo «apesar das fraquezas internas que persistem, a Europa continental está também a caminho de se juntar à recuperação».

O cenário traçado pela OCDE para os próximos dois anos – de «crescimento sustentado» – será apoiado «período prolongado de facilidade monetária e de taxas de juro de longo prazo moderadas».

Mas as vulnerabilidades não foram ultrapassadas. Na Europa, a OCDE destaca os «problemas de balanço ainda prevalecentes nas empresas», e que inibem o investimento.

Nos EUA, mas também no Reino Unido, a OCDE destaca o elevado nível de endividamento das famílias, que estão sujeitas a «largas perdas de riqueza», se as taxas de juro subirem abruptamente, algo que não está no cenário central da OCDE, sendo embora um risco que «não pode ser excluído», num contexto de fortes défices orçamentais, de natureza estrutural.