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OCDE: Portugal precisa de crescer para resolver desemprego

De acordo com as estimativas da organização hoje divulgadas, a taxa de desemprego em Portugal deverá atingir os 15,2% este ano, aumentando para os 16,2% em 2013.

10 de Julho de 2012 às 13:19
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O vice-director da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para o Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais afirmou hoje à Lusa que Portugal precisa de retomar o crescimento económico para poder resolver o problema do desemprego.

De acordo com as estimativas da organização hoje divulgadas, a taxa de desemprego em Portugal deverá atingir os 15,2% este ano, aumentando para os 16,2% em 2013. Estes números divergem, em baixa, das últimas estimativas do Governo.

Em declarações à agência Lusa, depois da apresentação do relatório, Stefano Scarpetta afirmou que "a situação do mercado de trabalho português é muito difícil", mas deve ser vista "numa perspectiva mais ampla, considerando a OCDE como um todo (7,9% em Maio), e, em particular, a Zona Euro (11,1% em Maio)".

"Olhando para Portugal, verificamos um significativo aumento do desemprego (era de 14,6% em Dezembro de 2011). Assistimos à passagem de uma grande fracção dos desempregados a transformarem-se em desempregados de longa duração, e a um elevado desemprego jovem (36,4% em Maio), de longe mais elevado do que a média da OCDE (16,1%)", acrescentou.

Na perspectiva deste especialista, este cenário "requer acção", embora "na medida possível, dados os recursos públicos disponíveis" no país.

"É importante garantir que Portugal consegue crescer. A melhor forma de lidar com o problema do desemprego é a retoma económica", acrescentou.

Stefano Scarpetta considerou ainda que, "no contexto do pedido de ajuda financeira, a reforma do mercado de trabalho deu um sinal positivo, porque atacou alguns dos problemas do mercado de trabalho português, em termos de flexibilidade e encorajando as pessoas a voltarem a trabalhar o mais depressa possível".

Mas, alertou, "por si só, estas políticas podem não resolver o problema". Elas devem, antes, ser "aplicadas como parte de um conjunto mais amplo de medidas".

"A opinião geral, na zona euro e na OCDE, é que a de que precisamos de ter a certeza de que temos o equilíbrio adequado entre consolidação fiscal e promoção do crescimento, não arrastando os países para depressões profundas", acrescentou.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse estimar que, em 2013, altura em que prevê novo recorde da taxa de desemprego nos 16% (totalidade do ano), esta taxa deverá finalmente começar a inverter a tendência e apresentar melhorias, embora a OCDE aponte agora uma ligeira subida.

Para o conjunto dos países europeus que integram a OCDE, a estimativa aponta para que a taxa de desemprego atinja os 10% em 2012 e os 10,2% em 2013.

Já numa análise com o total dos países da OCDE, a taxa de desemprego, no seu conjunto, deverá fixar-se nos 8% para este ano e nos 7,9% em 2013.

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