"O pior já passou!". Quem o afirma é Alan Greenspan, o homem que durante 18 anos esteve à frente da Reserva Federal dos Estados Unidos e que ontem foi orador numa conferência em Lisboa. Esta é também opinião da maioria dos analistas e responsáveis de investimento da banca nacional contactados pelo Jornal de Negócios.

Os ganhos que marcaram as últimas sessões nas principais bolsas são o reflexo da recuperação da confiança dos investidores. Ontem as praças europeias estenderam a série de ganhos dos últimos dias. A bolsa de Lisboa voltou a conseguir o desempenho mais expressivo, valorizando 1,92%, numa sessão marcada pelo regresso aos máximos, com a Galp a bater o recorde histórico. Em seis sessões, o PSI-20 soma 7,2%, com as 20 empresas que compõem o índice a aumentarem em 5,9 mil milhões o seu valor de mercado.

Mas será que o optimismo veio para ficar? A maioria dos especialistas acredita que sim. Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, também afirma que "o pior já passou". "Um elemento muito importante que era a incerteza sobre o impacto no sistema financeiro está clarificado", acrescenta. Ontem o Deutsche Bank afirmou que os seus lucros vão subir 13% no terceiro trimestre, com o banco a conseguir compensar os danos do "subprime" nas suas contas.

"Apesar de existirem sinais de que a crise nos mercados de crédito e imobiliário residencial nos EUA não chegou ainda ao fim, a confiança dos investidores nos mercados accionistas parece ter sido recuperada", considera Gonçalo Gomes, da direcção de marketing do ActivoBank7.