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"O mundo está menos disposto a acumular dólares"

Dois graus negativos. Davos acordou ontem ainda mais gelada com as declarações de George Soros. "Agora, o mundo está menos disposto a acumular dólares", disse o investidor multimilionário à entrada da reunião anual do Fórum Económico Mundial, na Suíça.

24 de Janeiro de 2008 às 10:45
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Dois graus negativos. Davos acordou ontem ainda mais gelada com as declarações de George Soros. "Agora, o mundo está menos disposto a acumular dólares", disse o investidor multimilionário à entrada da reunião anual do Fórum Económico Mundial, na Suíça.

O vaticínio de que a divisa americana pode estar prestes a perder o estatuto de moeda de reserva mundial surgiu associado a outras previsões, nomeadamente a de que é "difícil travar uma recessão nos Estados Unidos e no Reino Unido".

O mundo habituou-se a ouvir Soros com mais atenção desde 1992. Na altura, o investidor de origem húngara, agora naturalizado norte-americano, desafiou o Banco de Inglaterra com repetidas manobras especulativas sobre a libra. Talvez por isso, a imprensa presente na reunião de Davos não lhe deu descanso durante todo o dia de ontem.

Os Alpes acordaram com os vatícinios de Soros transcritos no "Financial Times". Ao jornal britânico, o investidor explicou que a actual crise - a maior desde a II Guerra Mundial, na sua opinião - marca o fim de uma época de expansão do crédito sustentada pelo estatuto do dólar enquanto moeda de reserva internacional.

Mais tarde, à chegada ao encontro, detalhou: "O mundo está menos disposto a acumular dólares". As reservas de dólar como moeda internacional caíram para um recorde histórico de 63,8% no terceiro trimestre, face a 65% nos três meses anteriores, enquanto o euro cresceu de 25,5 para 26,4%. Só durante o ano de 2007, a moeda norte-americana perdeu 11% do seu valor contra o euro e 13% em comparação com o iene.

Crise pode transferir centro de poder para o mundo emergente

Num dia marcado pela proliferação de críticas à decisão da Reserva Federal norte-americana (FED) de baixar a taxa de juro de referência - em 0,75 pontos percentuais para 3,5% -, Soros assumiu o papel de desalinhado para sublinhar que "é preciso salvar os mercados para evitar uma recessão como a dos anos 30".

Em entrevista à BBC Rádio, já da parte da tarde, o investidor lembrou que os Estados Unidos continuam a "consumir muito mais do que produzem", situação que os arrastará - "quase inevitavelmente" - para uma recessão que se estenderá ao Reino Unidos. Apesar do cenário, Soros não acredita na possibilidade de uma recessão global.

Em resposta, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, fez questão de reiterar que "a economia do seu país "é resistente e os seus fundamentos de longo prazo estão de boa saúde ". Logo, rematou: "Continuaremos a ser o motor líder da economia mundial".

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