O governo brasileiro informou há pouco que o salário mínimo vai aumentar para 300 reais (82 euros) a partir de Maio do próximo ano, o que implica um reajuste de 15,4% face ao valor actual.

O anúncio foi feito por Lula da Silva, presidente da República brasileira, após uma reunião com os representantes de seis centrais sindicais brasileiras.

As centrais sindicais queriam um aumento para 320 reais (87 euros). Todavia, os sindicalistas chegaram a anunciar que concordariam com o valor de 300 reais, mas desde que o aumento fosse antecipado para Janeiro. O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, descartou a proposta, porque no seu entender, essa antecipação teria um impacto de 3,5 mil milhões de reais (952 milhões de euros) no Orçamento de Estado.

«Este é o aumento possível», declarou o ministro, citado pela imprensa brasileira.

Ao elevar o valor do salário mínimo de 260 reais para 300 reais (70 para 82 euros), o governo está a conceder um reajuste de 15,4% e um aumento real de 9,3%, afirmou o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, com base na inflação estimada pelo governo entre Abril de 2004 e Maio de 2005.

O impacto nas contas do Estado e os gastos sociais atrelados ao mínimo será de cerca de oito mil milhões de reais (2,175 mil milhões de euros), segundo Berzoini.

Nesta quarta, Lula da Silva também anunciou a criação de uma comissão, que reunirá o governo, patrões e empregados, para discutir uma política permanente de reajuste do salário mínimo.

Na reunião de hoje, Lula da Silva reconheceu que o governo sofreu grandes desgastes no ano passado ao fixar um salário mínimo para 2004 abaixo das expectativas de sindicalistas e da sociedade. Na campanha política Lula da Silva prometeu dobrar o salário mínimo até ao final do mandato, em 2006. Este ano, o governo subiu o salário-mínimo de 240 para 260 reais (65 para 70 euros). No ano anterior, o governo tinha aumentado o valor dos 200 para 240 reais (55 euros).

*Correspondente em São Paulo