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Nomura: BES é o mais preparado para "possível" reestruturação da dívida pública

O banco de investimento desceu o preço-alvo dos três bancos que acompanha em Portugal. O BES é o mais preparado para enfrentar a "possível" reestruturação da dívida que, antecipa, poderá ser negociada em Setembro.

Nomura: BES é o mais preparado para "possível" reestruturação da dívida pública
28 de Fevereiro de 2012 às 12:05
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O banco de investimento desceu o preço-alvo dos três bancos que acompanha em Portugal. O BES é o mais preparado para enfrentar a reestruturação da dívida que, antecipa, começará a ser negociada em Setembro.

No dia em que o ministro das Finanças apresenta os resultados da inspecção da troika ao esforço de ajustamento português, o Nomura divulgou uma nota de análise em que pressupõe que Portugal vai negociar um novo programa de financiamento.

O banco de investimento cortou o preço-alvo dos três bancos portugueses e reduziu a recomendação do BCP de “neutral” para “reduzir”, ao descer a sua avaliação de 0,35 euros por acção para 0,12 euros.

O oposto aconteceu com o BES, que viu a sua recomendação subir de “reduzir” para “neutral”, apesar de uma descida do preço-alvo de 2,60 euros para 1,50 euros por título. De resto, o banco liderado por Ricardo Salgado é o preferido do Nomura entre os pares portugueses por ser o mais preparado para enfrentar a “possível” reestruturação da dívida.

“Antecipamos que as negociações para um novo pacote de financiamento comecem em Setembro, o que é provável que inclua alguma forma de reestruturação da dívida”, lê-se na nota de análise do Nomura a que o Negócios teve acesso.

Já o Banco BPI mantém a recomendação de “manter” e a sua avaliação desceu de 1,00 euros para 0,90 euros.

BES tem menor exposição e maturidades mais curtas

“Com menor exposição à dívida pública (e maturidades mais curtas), acreditamos que o BES é o mais bem preparado face aos pares internos face a uma possível reestruturação da dívida portuguesa”, lê-se na nota de análise assinada pelo analista Dimitris Drakopoulos.

Além disso, o BES enfrenta uma carência de capital face aos objectivos da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa) e do Banco de Portugal “mais flexível”, enquanto as carências de capital do BCP e do Banco BPI deverão gerar “diluição significativa do capital e possível necessidade de ajuda do governo” à capitalização.

“Mantemos a nossa perspectiva negativa para os bancos portugueses”, refere o banco, que acredita que o “ambiente de desalavancagem e crescimento nulo” irá manter o retorno accionista “suprimido”.

Economia vai contrair até 2014 e dívida pública será reestruturada

O Nomura acredita que a economia portuguesa vai contrair nos próximos dois anos e que tenha de recorrer a novo pacote de financiamento, com possível reestruturação da dívida. O banco prevê que a economia contraia 4,4% em 2012 e 2,7% em 2013 e que Portugal negoceie um novo programa de financiamento ainda este ano.

"As dinâmicas de endividamento são menos dramáticas do que na Grécia, por isso estimar o potencial 'haircut' é difícil", ressalva o banco de investimento japonês. "No entanto, o baixo potencial de crescimento, elevado nível de subordinação e elevados riscos fiscais ainda podem resultar numa reestruturação coerciva da dívida", acresce a nota de investimento.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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