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Morreu Boutros-Ghali, ex-secretário-geral da ONU

A morte do diplomata egípcio foi confirmada esta terça-feira pelo embaixador da Venezuela no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ghali coincidiu com a presença de Freitas do Amaral na ONU.

16 de Fevereiro de 2016 às 15:55
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O antigo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o egípcio Boutros-Boutros-Ghali, morreu aos 93 anos, anunciou o Conselho de Segurança das Nações Unidas. 


Boutros-Ghali foi o sexto líder da ONU, cargo que ocupou durante quase cinco anos, entre Janeiro de 1992 e Dezembro de 1996, tendo antecedido no cargo a Kofi Annan. O consulado de Boutros-Ghali coincidiu com a presidência do português Freitas do Amaral da Assembleia-Geral das Nações Unidas, entre 1995 e 1996.

Ao longo do seu mandato - que se seguiu ao fim da Guerra Fria -, Ghali lidou com conflitos regionais como os que decorriam no Haiti, na Somália, na antiga Jugoslávia e no Ruanda.

O acesso a um segundo termo foi travado pelos EUA em 1996, depois de Ghali ter denunciado a falta de financiamento que estava a prejudicar o funcionamento da organização, o que foi lido como uma crítica aos norte-americanos. Em plena campanha presidencial para um segundo mandato de Bill Clinton em Washington, os EUA vetaram o nome de Boutros-Ghali, alegando preferência por um perfil diferente para liderar o organismo. Seria escolhido Kofi Annan em Dezembro desse ano. 


Nascido em 14 de Novembro de 1922, Boutros-Ghali doutorou-se em Direito Internacional pela Universidade de Paris em 1949 e foi professor universitário até 1977, tendo sido autor de mais de 100 publicações e artigos.

Antes de chegar à ONU, Ghali desempenhou vários cargos no Governo egípcio, entre os quais o de vice-primeiro-ministro com a tutela dos Negócios Estrangeiros e ministro de Estado com a mesma pasta, ao longo de 14 anos. Em 19 de Agosto de 1983, foi condecorado pelo então Presidente da República Ramalho Eanes com o Grande Colar da Ordem do Infante Dom Henrique.

Durante quatro décadas, Ghali interveio em vários fóruns no âmbito da do direito internacional, direitos humanos, desenvolvimento económico e social e descolonização, negociando acordos entre Israel e o Egipto refere a nota biográfica oficial publicada no site das Nações Unidas.


A informação da morte de Boutros-Ghali foi dada ao Conselho de Segurança pelo embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, que preside ao Conselho, refere a Reuters. 

A morte de Boutros-Ghali é conhecida numa altura em que se perfilam os candidatos a ocupar o posto de nono secretário-geral da ONU. Portugal vai apoiar a candidatura do ex-primeiro-ministro António Guterres, que até ao final do ano passado foi o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados. O próximo presidente sucederá ao sul-coreano Ban Ki-moon, que termina o mandato a 31 de Dezembro deste ano.






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