Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Moody s corta "rating" do Japão (act.)

A Moody s reduziu o "rating" do Japão em um nível, para "Aa3", mas o mercado da dívida nipónico mostrou-se pouco alterado.

24 de Agosto de 2011 às 08:05
  • ...
(correcção do "rating" da S&P para o Japão)

A agência de notação financeira Moody’s anunciou o corte da classificação da dívida japonesa, de ‘Aa2’ para ‘Aa3’, justificando a medida com os receios em torno da capacidade do governo para reduzir o elevado endividamento e implementar medidas de sustentabilidade orçamental no longo prazo.

Além disso, citou as fracas perspectivas de crescimento económico e os recentes desastres natural (tsunami) e nuclear, que dificultam ao governo a tarefa de travar a sua avultada dívida. No entanto, manteve o “outlook” do país no patamar de “estável”.

Horas após o “downgrade”, o governo nipónico anunciou uma linha de crédito no valor de 100 mil milhões de dólares para ajudar a economia japonesa a lidar com a escalada do iene nas últimas semanas, no contexto da turbulência dos mercados mundiais, que penalizou as exportações do país.

A actual classificação da dívida do Japão é a quarta mais alta atribuída pela Moody’s e corresponde ao nível atribuído pela S&P – que em Janeiro cortou o “rating” da dívida pública japonesa para ‘AA-’. A Fitch tem o Japão também em em ‘AA-’.

Recorde-se que uma diferença entre a S&P e a Moody’s é que esta última incorporou um novo elemento na avaliação dos “ratings”: a capacidade de um país para atrair investidores.

A onda dos "downgrades"

Este corte de hoje vem na sequência de uma ronda de “downgrades” por parte das principais agências no que diz respeito à dívida soberana de vários países, devido aos receios de que a crise da dívida na Zona Euro pudesse escalar. A 5 de Agosto, a S&P reduziu o “rating” dos EUA pela primeira vez na história do país, para ‘AA+’. Em reacção, o valor dos mercados bolsistas caiu em 7,6 biliões de dólares entre 5 e 12 de Agosto, relembra a Bloomberg.

Além do corte da dívida soberana do Japão, a Moody’s desceu também o “rating” da maioria dos bancos nipónicos, como o Mizhuo Bank, bem como as companhias financeiras associadas à banca do país.

O banco Nomura já reagiu, tendo dito que esta acção da Moody’s poderá desestabilizar os mercados. Citado pela Bloomberg, o Nomura sublinhou também que este “downgrade” por parte da Moody’s poderá ser uma mensagem para o próximo governo japonês no que diz respeito à sua política orçamental.

Na próxima semana, o Japão vai a eleições para escolher um novo-primeiro, posição actualmente ocupada por Naoto Kan, que tem sido alvo de críticas quanto à forma como respondeu aos desastres que assolaram o país em Março. O actual ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, está entre os candidatos à substituição de Kan.

O Japão está assim a caminho de escolher o quinto chefe de governo em seis anos. Esta alta rotatividade foi criticada pela Moody’s, que diz que as “mudanças frequentes” na Administração têm impedido o governo de implementar políticas eficazes.

Os mercados tiveram reacções mistas. O principal índice japonês, Nikkei, fechou a cair 1,07% para 8.639,61 pontos. Por seu lado, o mercado da dívida manteve-se relativamente estável, com poucas alterações nos juros das obrigações a 10 anos (denominadas de JGB). No entanto, o custo de garantia das obrigações soberanas e corporativas aumento.

O director do departamento de gestão de carteiras da Pimco no Japão, Tomoya Masanao, declarou à Bloomberg que não espera grande impacto nos mercados depois desta decisão da Moody’s, já que o corte foi de apenas um nível.


Ver comentários
Saber mais Japão rating Moody's
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio