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Montepio melhora previsões para o défice em 2016

As novas estimativas do Montepio são ligeiramente mais pessimistas do que as do Governo, mas melhores do que as previsões das instituições internacionais.

Bruno Simão
28 de Novembro de 2016 às 12:59
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Poucos dias após a divulgação dos dados da execução orçamental – que mostram que o défice orçamental caiu 357 milhões de euros em termos homólogos, em Outubro – o Departamento de Estudos do Montepio decidiu rever em baixa as previsões do défice em 2016 de 2,6% para 2,5%.

 

Esta decisão surge ainda na sequência da melhoria das perspectivas de crescimento do PIB para este ano, de 1% para 1,2%, que o Montepio anunciou na semana passada.

 

"Reflectindo estes novos dados favoráveis sobre a execução orçamental (e que compreendem já cerca de 83% do período orçamental), bem como a nossa recente revisão, em alta, do crescimento da economia portuguesa para este ano (como reflexo de um crescimento do PIB no 3.º trimestre superior ao antecipado), revimos em baixa a previsão do défice orçamental em 2016, de 2,6% para 2,5%", revela o Departamento de Estudos do Montepio numa nota de análise divulgada esta segunda-feira, 28 de Novembro.

 

O valor fica acima dos 2,4% previstos pelo Governo e que constam na proposta de Orçamento para 2017, mas abaixo dos 2,7% previstos pela Comissão Europeia (9 de Novembro), os 2,9% previstos pela OCDE (1 de Junho) e os 3% previstos pelo FMI (4 de Outubro).

  

Para 2017, o Montepio antecipa que o défice ficará em 2% do PIB, acima dos 1,6% previstos pelo Governo, um valor que consideram "optimista".

 

Na nota de análise, o Departamento de Estudos destaca que as últimas revisões em baixa do défice para 2016 não foram de maior amplitude porque, entre outros motivos, "as medidas de reposição de salários prevista no OE 2016 irão condicionar a redução do défice" e "os cortes no investimento público poderão não ser tão intensos até ao final do ano".

 

Aos factores decorrentes na execução regular do orçamento, "podem ainda juntar-se outros excepcionais provenientes do sector financeiro, com destaque para a CGD (embora a capitalização não venha a afectar o défice, mas afectará a dívida) e para os lesados do BES", acrescenta o Montepio.

 

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