Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Milionários da política portuguesa valem 76,7 milhões de euros

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, mantém-se como o político mais rico do país, diz a Sábado. Tem ativos imobiliários, dos quais obtém rendimentos, e uma conta depósito no banco com 6,2 milhões de euros. 

Bruno Simão
12 de Janeiro de 2023 às 09:37
  • 13
  • ...
De acordo com o ranking dos políticos mais ricos do país, publicado esta quinta-feira pelas revista Sábado, depois de analisar as declarações de rendimentos de 328 figuras políticas ativas no país (governantes, deputados, presidentes dos governos regionais e autarcas das principais cidades), a soma total das fortunas mais avultadas está neste momento avaliada em 76,7 milhões de euros.

Em média, diz a investigação, cada um destes políticos tem 255 mil euros de riqueza, que se pode traduzir em imóveis, participações sociais, depósitos ou ativos financeiros. Nestas contas não é considerado o valor comercial atual dos carros, motas, aeronaves e barcos, que também têm de ser declarados ao Tribunal Constitucional.

Destes 328 políticos, há 11 com mais de um milhão de euros em património. O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (na foto), mantém-se como o político mais rico do país, diz a Sábado. Há cinco anos tinha 11,5 milhões de euros. Hoje tem um "pequeno império imobiliário", do qual obtém rendimentos e uma conta depósito no banco com 6,2 milhões de euros. 

E, no extremo-oposto, há 21 políticos cuja riqueza é zero, ou seja, não têm casas em seu nome, não têm ações ou empresas, nem aplicações financeiras e contas à ordem que ultrapassem os limites de saldo obrigatórios para declaração – até 50 salários mínimos nacionais (32.250 euros). Entre estes 21, há deputados do PSD, PS, Chega, IL e PCP, além de Isabel Almeida Rodrigues, secretária de Estado da Igualdade e Migrações. 

O primeiro-ministro, António Costa, declara que vive numa casa arrendada na freguesia de Benfica, em Lisboa, e prepara-se para se mudar para o apartamento que comprou a poucas centenas de metros, no condomínio Fábrica 1921, ainda em fase de acabamento. Costa declarou ao tribunal que o T1 lhe custou €276.050 em planta, tendo adiantado, a título de sinal, €248.445.

Marcelo Rebelo de Sousa, que também vive, há largos anos, numa casa arrendada, não tem imóveis em seu nome. O Presidente da República declarou apenas 140.311 euros  em contas e aplicações financeiras, bem como um automóvel da marca Mercedes.

Há dois anos que o Ministério Público não deteta problemas nas 328 declarações de rendimentos e património de governantes, autarcas e deputados, mas a Sábado refere que encontrou centenas de falhas e omissões, incluindo declarações nunca foram entregues.

A revista elaborou este ranking pela primeira vez em 2018, com base nas declarações entregues no Tribunal Constitucional, e no top 30 estavam apenas quatro autarcas. Cinco anos depois, quase duplicaram: são agora sete, espalhados por todo o País.

Em sentido contrário, o Governo passou a ser composto por pessoas menos abonadas. Em 2018, um terço do top 30 (seis secretários de Estado e quatro ministros) vinha do Governo. Hoje, esse peso caiu para metade. Os deputados, que continuam a ter a mesma proporção de há cinco anos (50%) e a pertencer aos mesmos partidos (PS e PSD), com exceção de um elemento da Iniciativa Liberal (tal como em 2018 havia um do CDS).
Ver comentários
Saber mais Tribunal Constitucional António Costa Governo autoridades locais economia (geral) orçamento do estado e impostos economia negócios e finanças
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio