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Mário Centeno: "Os custos da política monetária agressiva superam os benefícios"

Para o antigo ministro das Finanças, a reação dos bancos centrais às novas condições económicas tem de ser pautada pela "prudência" e pela gradualidade da resposta, sob pena de haver um exagero na reação dos reguladores financeiros.

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10 de Outubro de 2022 às 10:35
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu esta segunda-feira que "a normalização da política monetária é desejável e necessária no contexto europeu" e que "as decisões dos bancos centrais devem ser graduais e pautar-se pela flexibilidade", alertando que "os custos da política monetária agressiva superam os benefícios".

Centeno falava na abertura do 32.º Encontro de Lisboa dos bancos centrais dos países de língua portuguesa, que decorre esta segunda-feira em Lisboa, na mesma semana em que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial realizam os seus Encontros Anuais.

O antigo ministro das Finanças salientou o papel dos bancos centrais na estabilidade financeira e macroeconómica, e alertou para as "depreciações cambiais, como reforço das pressões inflacionistas, que afeta as dívidas externas".

Para Centeno, a reação dos bancos centrais às novas condições económicas tem de ser pautada pela "prudência" e pela gradualidade da resposta, sob pena de haver um exagero na reação dos reguladores financeiros.

A resposta dos reguladores, salientou, "não podem ser fator de instabilidade" nem deve haver uma sobre reação, porque "será pior se as decisões tiverem de ser corrigidas pouco depois".

O governador do Banco de Portugal falou também sobre os impactos da guerra na Ucrânia, afirmando que "a cooperação ganha outro sentido de urgência com a invasão da Ucrânia pela Rússia" e alertando que as condições macroeconómicas estão piores do que há um ano.

"As projeções para a atividade económica, inflação e comércio internacional são piores do que há um ano, e desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia observa-se a saída acentuada de capitais das economias emergentes e em desenvolvimento, com a consequente degradação para os países mais vulneráveis e importadores de matérias-primas", como é o caso da maioria dos países lusófonos africanos.


Na intervenção de abertura, Mário Centeno lembrou ainda o "número histórico" de ações de cooperação no ano passado, 174, com mais de mil participantes externos de quase 40 instituições.

"A cooperação tem vindo a alargar-se a novos temas e necessidades, como as alterações climáticas, a transição digital, e explorámos potencialidades da tecnologia remota para alargar a nossa ação, que não se reduziu com a pandemia, antes pelo contrário, aumentou, quer na abrangência de temas, quer no número de parceiros e de ações".
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