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Marcelo avisa que “é fundamental” esclarecer no Parlamento a derrapagem no hospital militar

Presidente da República quer ver esclarecidas, no Parlamento, as várias questões sobre a derrapagem da despesa com a requalificação do Hospital Militar de Belém, sobretudo porque "se trata de dinheiro dos portugueses".

Tiago Petinga / Lusa
24 de Janeiro de 2023 às 13:06
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Marcelo Rebelo de Sousa avisa que "é fundamental" esclarecer no Parlamento a derrapagem da despesa com as obras de requalificação do Hospital de Belém, para receber doentes com covid-19.


Tentando evitar comentários específicos sobre o caso, o Presidente da República frisou, no entanto, que "o fundamental é esclarecer exatamente, porque se trata de dinheiro dos portugueses, porque é que, num certo momento, no aperto da pandemia, se entendeu que era de se fazer a utilização de uma unidade que estava desafetada, porque é que isso aconteceu, os termos em que aconteceu a derrapagem e qual é o balanço que se faz e a lição que se retira desse procedimento".


Questões que o chefe de Estado quer ver respondidas na futura audição da Comissão de Defesa, que chamou o ministro João Gomes Cravinho, para prestar "esclarecimentos imediatos" no seguimento de um requerimento submetido pelo PSD. A audição ainda não tem data marcada.


Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que "o tempo permitirá esclarecer cabalmente" os detalhes do caso que foi "longo no tempo", dizendo que, para já, é necessário esperar "para ter os contornos gerais do caso e se perceber a razão de ser das obras, porque é que houve a derrapagem, o que motivou naquele momento haver aquelas obras com determinado objetivo, que depois não foi plenamente realizado porque não foi necessário utilizar tanto daquilo que se pensava e que foi objeto de investimento".


Em causa estão as obras de requalificação no Hospital Militar em Belém, realizadas em 2020, para receber doentes infetados com covid, com um investimento inicial que previsto na ordem dos 750 mil euros, mas, no final a despesa derrapou para os 3,2 milhões.


O Expresso avançou que Gomes Cravinho, à data ministro da Defesa, foi informado pelo diretor-geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), Alberto Coelho - arguido por corrupção e branqueamento na Operação Tempestade Perfeita -, em março de 2020, de que o custo das obras no antigo Hospital Militar de Belém estava a derrapar.


No Parlamento o governante disse que "nunca autorizou nem lhe foi solicitado" que autorizasse um aumento do custo das obras. Na segunda-feira, em Bruxelas, Gomes Cravinho admitiu ter sido informado dos custos das obras alegando que "não havia razão nenhuma" para travar a requalificação da unidade de saúde militar.


No entanto, o ministro diz que não autorizou o aumento da despesa e frisou: "Não gostei nada mesmo de ser acusado de mentir, muito menos de mentir na Assembleia da República".

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