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Literacia financeira dos portugueses atrás do nível da Alemanha... de há 15 anos

Estudo do Doutor Finanças conclui também que mais de metade da população (64%) tem baixos níveis de conhecimento no tema e que uma em cada quatro tem dificuldades em pagar as contas.

29 de Maio de 2024 às 17:25
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O nível de conhecimento e entendimento atual dos portugueses relativamente a finanças está abaixo do nível da Alemanha de há 15 anos. Quando comparado com outros países europeus com PIB per capita e literacia financeira acima da média europeia, em 2024 Portugal situa-se nos 36%, atrás dos Países Baixos de 2010 (com 45%) e da Alemanha de 2009 (com 62%). 

A conclusão é do primeiro estudo "Bem-Estar Financeiro em Portugal: Uma Perspetiva Comportamental", realizado pelo Doutor Finanças, que conclui ainda que, dos 800 inquiridos, quase metade sente "stress" devido à sua condição financeira, sobretudo quem tem menor "bem-estar" económico, admitindo ainda sentirem "culpa" quando pensam nas suas economias. 

Uma das razões apontadas (e outra das conclusões) prende-se com o facto de 64% dos portugueses ter baixos níveis de literacia financeira, o que provoca mudanças no bem-estar geral. Com isto, mais de metade da população (53%) assume sentir-se "insatisfeito" com a sua vida financeira e a mesma percentagem diz não saber avaliar o nível de risco ao investir em ações ou fundos - 45% da população nunca realizou qualquer tipo de investimentos e que apenas 38% destes pensa em fazê-lo.

Por outro lado, dos 55% que já investiram, a maioria optou "por investimentos de menor risco, como Certificados de Aforro e Planos Poupança Reforma". 


O relatório mostra também que uma em cada quatro pessoas tem dificuldades em pagar as contas e cumprir obrigações financeiras atualmente. "Mais de metade dos inquiridos assume ter demasiadas dívidas, com valores muito altos face aos seus rendimentos. O sobreendividamento está associado a comportamentos de consumo descuidados e imprudência financeira, sendo também uma fonte frequente de estigma social e preconceito, o que coloca mais pressão sobre as condições de vida das pessoas", refere o estudo divulgado esta quarta-feira, 29 de maio, na NOVA Information Managemente School (NOVA IMS), em Lisboa.

Ainda que tenham conta-poupança, quase metade dos inquiridos não possui um fundo de emergência. Isto significa que, em caso de necessidade, não dispõem de rendimento para cobrir as suas despesas durante três meses.  

Outra das conclusões que o projeto reitera é que a população do sexo feminino, com um nível de escolaridade até ao ensino secundário e com menores rendimentos, tem maior probabilidade de experienciar dificuldades a gerir as suas finanças.

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