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Líderes da UE discutem mais do que economia na "cimeira da Primavera"

O Conselho Europeu que decorrerá na próxima quinta e sexta-feira servirá para os líderes europeus discutirem mais do que os habituais temas económicos, com o Brexit e o caso Skripal a deverem também marcar a ordem dos trabalhos.

Reuters
21 de Março de 2018 às 12:55
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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se entre quinta e sexta-feira, em Bruxelas, na chamada "cimeira da Primavera", tradicionalmente dedicada a assuntos económicos, mas que este ano abordará diversos outros assuntos, como o "caso Skripal".

Além do Conselho Europeu no formato habitual, na quinta-feira, haverá ainda lugar a duas reuniões, na sexta-feira: uma no formato a 27, já sem a primeira-ministra britânica, Theresa May, para fazer um ponto da situação sobre as negociações para o 'Brexit', e outra a 19, os Estados-membros da zona euro, em nova "cimeira do euro" para prosseguir o debate sobre o aprofundamento da União Económica e Monetária.

O primeiro-ministro, António Costa, que se encontra em Bruxelas desde hoje -- para participar num evento promovido pela Comissão Europeia para assinalar o 30.º aniversário da política de coesão -, participará nas três reuniões da cimeira de líderes, e o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, dirigir-se-á, enquanto convidado, aos líderes europeus nos dois dias de trabalhos.

De acordo com a agenda dos trabalhos e a carta-convite enviada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, aos 28 chefes de Estado e de Governo, os trabalhos começarão com uma discussão sobre o comércio, e designadamente a ameaça de uma "guerra comercial" à luz do anúncio da imposição de taxas sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos.

Na sessão da tarde, os líderes europeus dedicar-se-ão então a assuntos económicos, abordando questões como o mercado único, o semestre europeu de coordenação de políticas orçamentais na UE e impostos, e Centeno estrear-se-á em Conselhos Europeus, tendo sido convidado para dar conta dos trabalhos em curso ao nível do fórum de ministros das Finanças da zona euro em torno da união bancária.

Também o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, dirigir-se-á aos líderes para falar da actual situação económica na UE.

À noite, haverá discussões sobre política externa, tendo Tusk indicado na carta-convite que o envenenamento do ex-espião russo Sergueï Skripal fará parte da agenda da cimeira, e disse esperar uma posição que vá além da manifestação de solidariedade com o Reino Unido.

Na missiva, o presidente do Conselho Europeu, depois de passar em revista os temas que fazem parte da agenda de trabalhos, aponta que, "last but not the least" ("em último lugar, mas não menos importante"), há que falar sobre a Rússia.

"Na sequência do ataque de Salisbury, devemos não só expressar a nossa total solidariedade com o Reino Unido, mas também tirar conclusões operacionais, uma vez que este incidente constitui um desafio para a nossa segurança partilhada", escreve.

Tusk propõe designadamente que os líderes europeus discutam a necessidade de "reforçar a resiliência a riscos relacionados com ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares", incluindo através de uma cooperação mais estreita entre as instituições da UE, os Estados e a NATO.

Para sexta-feira ficam reservadas então as discussões sobre a saída do Reino Unido da UE, a 27, e sobre o desenvolvimento a longo prazo da União Económica e Monetária, a 19.
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