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João Miguel Tavares: "O wokismo é uma beatice insuportável, são os novos beatos"

O jornalista e comentador afirma que os wokistas "são pessoas que estão dentro das suas igrejas e não têm consciência disso". "São também muito totalitárias em nome de excelentes intenções."

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01 de Junho de 2022 às 17:24
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João Miguel Tavares acredita que "o wokismo é uma beatice insuportável", ainda que reconheça que o que está na base deste tipo de moviumentos sejam "boas intenções. O jornalista e comentador político frisa que se trata de "pessoas que estão dentro das suas igrejas e não têm consciência disso". "São também muito totalitárias em nome de excelentes intenções."

E o que é o wokismo? O movimento tem surgido nos Estados Unidos para "acordar" ou "despertar" a opinião pública para a discriminação racial, mas tem entretanto ganho múltiplas formas que alguns autores acreditam apontar para uma "hipermoralização" da sociedade.

João Miguel Tavares defende que os wokistas" são pessoas que, na maior parte das vezes, têm uma preocupação genuína de intervir na sociedade", mas que "se aplicam de forma errada naquilo que investem".

"O wokismo é uma beatice insuportável, são os novos beatos. São pessoas que estão dentro das suas igrejas e não têm consciência disso. E, portanto, são também muito totalitárias em nome de excelentes intenções e todos os totalitarismos partem de boas intenções", sintetiza.

João Miguel Tavares é o próximo convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da "Mão Visível" e que estará disponível no site do Jornal de Negócios e nas plataformas Apple Podcasts e Spotify a partir desta quinta-feira, dia 2 de junho. O episódio desta semana foi conduzido por Paulo Carmona e Jorge Marrão.

Para o jornalista, "não existe "grande olho por detrás" destes movimentos, "o que existe é um extremar da sociedade, tanto à esquerda como à direita". "O extremismo acontece nos dois lados e alimenta-se um ao outro", defende.

Numa conversa que se centrou em temáticas como o "pensamento enlatado", a cultura woke ou o politicamente correto, o comentador político defendeu que "ter alguma cultura religiosa é muito importante para conseguir perceber o quão invasivos são alguns destes movimentos enquanto gente que quer policiar as nossas palavras e o nosso pensamento".



O que são as Conversas Visíveis?

As Conversas Visíveis são um novo projeto que é complementar da Mão Visível, o espaço de opinião que junta Álvaro Nascimento, António Nogueira Leite, Joaquim Aguiar, Jorge Marrão e Paulo Carmona. A cada quinze dias, dois destes colunistas vão conduzir um entrevistado pelos "mistérios da estrada da democracia em Portugal".

 

As Conversas Visíveis procuram identificar o que está na sombra da política, o que se esconde nos discursos e nas decisões, mas que acabará sempre por se revelar na realidade efetiva das coisas. O compromisso assumido pela equipa da Mão Visível é o de que irá falar sobre as sombras e os mistérios da democracia portuguesa, onde se escondem os fatores que geram endividamento sem estimularem crescimento, onde se agravam as desigualdades sociais e onde persiste o crescimento da despesa pública e da expansão de funções do Estado.







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