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Jardim admite que divida da região deve rondar os cinco mil milhões

O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, admitiu hoje que a dívida da região deverá situar-se nos cinco mil milhões de euros, um montante idêntico ao passivo do Metro do Porto.

23 de Setembro de 2011 às 07:47
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Numa entrevista à RTP-Madeira, o cabeça de lista do PSD às eleições legislativas de 9 de Outubro anunciou que o secretário regional do Plano e Finanças vai apresentar nos próximos dias "isso tudo, onde o dinheiro foi gasto".

Para Jardim, a dívida regional "tem que ser tratada nas mesmas condições que a dívida do País", apontando que "é mais ou menos a do Metro do Porto, cinco mil e tal milhões" de euros.

Anunciou que o secretário (regional das Finanças, Ventura Garcês) vai apresentar "isso tudo e onde o dinheiro foi gasto, para ficar tudo clarinho antes das eleições", tendo noutro momento referido que seria "mesmo antes de Bruxelas, mesmo antes do primeiro-ministro, antes das eleições".

O governante madeirense reafirmou que a acusação de que ocultou dados sobre a situação financeira às entidades competentes "é uma mentira que foi lançada", que tem sido aproveitada pela comunicação social, sendo que o ministro da Finanças e primeiro-ministro "acreditaram na versão do INE" [Instituto Nacional de Estatística].

"Não houve ocultação, porque quando ficou pronto foi entregue. Não há ocultação, porque os senhores, pela boca do secretário regional do Plano e Finanças, vão saber o volume total que está a acabar de ser apurado, antes mesmo de Bruxelas ter o volume total de divida, tudo, desde o cesto dos papéis, da Empresa de electricidade, tudo" sublinhou.

Jardim voltou a salientou que optou por "aumentar a dívida" para fazer obra e evitar que a economia da região parasse, refutando as criticas de despesismo, realçando que "o futuro da região estaria comprometido se não tivesse feito" o que fez.

Esclareceu que no comício da Ponta do Sol, disse: "Se por acaso - saiu mal - se o Governo da Republica apanhava que tínhamos estado ainda a acertar com os bancos e com os credores para então apurar de facto os números que se iam dar, tinha mais um pretexto para o senhor Teixeira dos Santos fazer o que fez uma vez à Madeira, com base de ter também um défice em qualquer coisa, tirar dinheiro", um caso que ficou resolvido em tribunal. "Como já estávamos com falta de dinheiro, outra ripada do governo socialista então é que dava cabo de tudo".

O governante insular criticou também os critérios do INE, considerando que este caso não passa de "uma 'revanche'", dada forma como divulgou a situação, porque o governo da Madeira já tinha protestado formalmente, porque mudavam "consoante as vontades do Governo Socialista".

Admitiu ainda estar disponível, num cenário hipotético de perder a maioria nas eleições, a fazer coligação com o CDS na região.

"O CDS seria o parceiro ideal, até para ficarmos conjugados, mas está a pôr aqui uma conjuntura que não me passa pela cabeça", frisou.

Adiantou que "se fosse preciso fazer coligação, o CDS facilitava até a vida da Madeira, porque havia uma comunhão mais forte de interesses e deixava de haver estas histórias do senhor Portas lá ser aliado do PSD e aqui ser adversário do Alberto João".

Alberto João Jardim declarou novamente "concordar" e "compreender a estratégia" do primeiro-ministro em não vir à campanha eleitoral da Madeira.

Instado a dizer como iria cortar na despesa da região, o líder insular negou que os madeirenses vão ter que pagar mais impostos ou taxas moderadoras na região ou que estejam perspectivados despedimentos, garantindo que "não vai tocar nos direitos adquiridos de ninguém".

Referiu que pretende formar um governo mais pequeno e que o seu objectivo é continuar a ter a economia em funcionamento, manter o investimento e permitir que a economia privada continue a funcionar com apoios da União Europeia.

Destacou ainda que não pretende assinar qualquer acordo de resgate financeiro da região "sem ler várias vezes".

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