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Irão foi a surpresa num G7 unido pela Amazónia
A deslocação do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão a Biarritz foi a grande surpresa na cimeira do G7. As sete nações mais industrializadas do mundo prometeram, em uníssono, apoios para proteger a floresta da Amazónia.
A aparição surpresa, um acordo comercial bilateral, mais do mesmo sobre o Brexit e promessas de ajuda aos países que partilham a floresta da Amazónia, devastada por incêndios. Assim foi este domingo na cimeira do G7 (grupo das sete nações mais industrializadas do mundo), que decorre em Biarritz, França.
Donald Trump, Boris Johnson e Emmanuel Macron, na sua qualidade de anfitrião, dominaram a agenda mediática, mas o presidente francês acabou por ter uma jogada diplomática que eclipsou o acordo comercial de princípio entre os Estados Unidos e o Japão, assim como o aviso do primeiro-ministro britânico de que ainda é "incerto" um acordo sobre o Brexit.
A jogada materializou-se na deslocação a Biarritz do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Javad Zarif, a convite do seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian. Com esta surpresa, Macron pretendeu uma reaproximação, sobretudo com os EUA, que impôs novas sanções ao Irão alegando que este país não cumpriu o acordo nuclear subscrito em 2015.
O presidente francês pretende desanuviar o clima de tensão no Golfo Pérsico e propôs que os EUA levantassem parcialmente o embargo imposto ao Irão, sendo que em contrapartida Teerão teria de retomar o cumprimento do acordo que restringe o seu programa nuclear. Só o facto de Zarif ter viajado até Biarritz, embora não esteja previsto qualquer encontro com representantes norte-americanos, já é significativo.
Acordo sobre a Amazónia
Já a questão dos incêndios na Amazónia registou uma resposta em uníssono. Os países do G7 concordaram em "ajudar o mais rapidamente possível os países afetados" pelos incêndios que se multiplicaram nos últimos dias, declarou Macron, acrescentando que o grupo está "a trabalhar num mecanismo de mobilização internacional para poder ajudar de maneira o mais eficaz possível estes países", tanto técnico como financeiro.
Na frente bilateral, Donald Trump e Shinzo Abe anunciaram um acordo comercial de princípio que permitirá aumentar as exportações agrícolas norte-americanas para o Japão. Por seu lado, os EUA deverão cancelar as suas tarifas relativamente a um grande número de produtos industriais do Japão.
* Com Lusa