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Cimeira do G7 será "extraordinariamente difícil"
O presidente do Conselho da União Europeia disse que a cimeira das grandes potências industriais (G7), que se realiza este fim de semana, em Biarritz (França), será uma reunião "extraordinariamente difícil".
Donald Tusk, presidente do Conselho da União Europeia (UE), disse este sábado, 24 de agosto, que a cimeira das grandes potências industriais (G7), que começa hoje, em Biarritz (França), será uma reunião "extraordinariamente difícil".
Numa conferência de imprensa antes do início do encontro, Tusk alertou em particular contra as guerras comerciais, advertindo que conduzirão à recessão global.
Ameaças são também as alterações climáticas e a tecnologia que se desenvolve mais rapidamente do que a capacidade de a regular, adiantou.
Para o presidente do Conselho Europeu, este poderá ser o último momento para restaurar a unidade entre os países do G7.
A economia mundial, com sinais de uma possível recessão e com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, será um dos temas mais importantes da cimeira.
"As guerras comerciais conduzirão à recessão, enquanto os acordos comerciais impulsionam a economia", disse Tusk.
Indicou, a propósito, que a UE ripostará se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretar novas taxas alfandegárias sobre o vinho francês em represália pela imposição de impostos aos gigantes digitais norte-americanos.
"Protegerei o vinho francês com uma determinação sincera (...) Se os Estados Unidos impuserem taxas, então a União Europeia responderá no mesmo plano", declarou.
Advertiu ainda ser pouco provável uma ratificação do acordo comercial entre a UE e o bloco regional do Mercado Comum do Sul (Mercosul) se a Amazónia continuar a arder.
"Claro que apoiamos o acordo UE/Mercosul (...), mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permitir a destruição da Amazónia", disse.
Os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia impuseram-se à última hora na agenda da cimeira, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, a evocar uma "crise internacional" e a pedir aos países do G7 "para falarem desta emergência" na reunião.
O programa inicia-se com um jantar, hoje, e termina com uma conferência de imprensa final, na segunda-feira à tarde.
Além das divergências em relação ao comércio mundial, as posições diferentes sobre temas como o Irão e o 'Brexit' devem marcar também a cimeira dos sete -- França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão.