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Índice de bem-estar nacional persistiu abaixo do pré-pandemia em 2021

Condições materiais de vida sofreram o maior agravamento e ficaram ao nível mais baixo em quatro anos.

No grupo minoritário de não abrangidos pela contratação coletiva, estão trabalhadores mais qualificados e empresas mais produtivas.
Bruno Simão
26 de Dezembro de 2022 às 12:16
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Portugal não recuperou em 2021 na maioria dos principais indicadores de evolução da qualidade de vida e das condições materiais enfrentadas pela população, com o índice de bem-estar nacional aquém daqueles que eram os valores registados em 2019, antes da chegada da pandemia.

 

O INE divulga nesta segunda-feira o estudo anual que sintetiza a evolução de mais sete dezenas de indicadores ao longo dos anos. O resultado, o índice de bem-estar, aponta para um forte impacto da crise gerada pela covid-19, com maior deterioração, sobretudo, em aspetos com a vulnerabilidade económica, que traduz a evolução de indicadores de pobreza.

 

O índice de bem-estar nacional ficou no ano passado num valor de 45,7, numa escala de zero a 100, sendo o mais baixo desde 2016, e representando ainda um valor 1,5 abaixo daquele que o país mantinha em 2019.

 

O índice pesa por um lado indicadores de qualidade de vida e, pelo outro, as condições materiais, que registaram neste período o maior agravamento.

 

"Todos os índices dos domínios da perspetiva das condições materiais de vida decresceram em 2020. O domínio do Bem-estar económico foi o que apresentou a evolução mais negativa, mas também é o que se estima ter mais recuperado em 2021", refere. Já o domínio da vulnerabilidade económica foi o único domínio que não recuperou em 2021, assinala.

 

O índice de bem-estar económico traduz a situação dos rendimentos, património e despesa das famílias, incluindo ainda indicadores de desigualdade. Estava em 29,3 no último ano, ainda abaixo do valor de 32,6 de 2019, mas já com alguma subida face a 2020.

 

No índice de vulnerabilidade económica - que reflete taxas de pobreza, privação material e de sobrecarga com a habitação, entre outros indicadores - não se assiste, porém, a melhoria. Estava em 58,6, valor abaixo dos 59,8 de 2020, assim como dos 63,9 de 2019.

 

O emprego é o domínio que apresenta a evolução menos negativa, ficando nos 53,2 e num valor apenas 0,9 abaixo do registo de dois anos antes.

 

Já nos indicadores de qualidade de vida pesam aspetos como saúde, educação, segurança, participação cívica, ambiente, equilíbrio vida-trabalho, relações sociais e bem-estar subjetivo.

 

Aqui, o índice de qualidade de vida surge num valor de 46, abaixo dos 46,8 de 2019.

 

Saúde, educação e segurança pessoal são domínios nos quais o INE encontra em 2021 uma situação melhor do que aquela que se registava em 2019.

 

Entre os aspectos que conheceram maior deterioração está a participação cívica, que se mantém, aliás, em queda desde 2018.

 

O equilíbrio vida-trabalho, para cujo cálculo entram indicadores como a percentagem de população com semanas de trabalho iguais ou superiores a 49 horas, também se degrada consideravelmente, assim como as relações sociais e bem-estar objetivo.

 

 

 

 

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