As divergências entre os responsáveis do Banco Central Europeu sobre as perspetivas de crescimento da Zona Euro são cada vez maiores o que, segundo a agência Reuters, poderá ser um fator importante na hora de decisão sobre novos cortes nas taxas de juro. De acordo com a agência de notícias, alguns temem uma recessão no bloco da moeda única, outros estarão mais preocupados com as pressões inflacionistas que ainda persistem.

O debate estará a concentrar-se na forma como um estado mais precário da economia da Zona Euro e uma potencial recessão terão impacto na evolução dos preços e no caminho do BCE para reduzir a inflação para 2% até ao final do próximo ano.

Em causa estão duas visões quase antagónicas entre os chamados “falcões” e “pombas” do BCE. Os primeiros acreditam que a economia está a aguentar-se melhor do que os indicadores avançados anteveem, com o consumo a conseguir resistir bem e o setor da construção finalmente a recuperar. Do lado oposto estão as “pombas” que defendem uma política monetária menos agressiva que ajude a economia a resistir a uma queda na atividade, temendo-se uma travagem a fundo no segundo semestre do ano.

A questão está, portanto, em saber o ritmo de corte nas taxas de juro, mesmo com a Alemanha – o motor económico europeu – a entrar em contração no segundo trimestre, podendo estar a caminho de uma recessão.

A informação avançada agora pela Reuters é conhecida em vésperas do BCE ter a primeira reunião de política monetária depois do verão, na sexta-feira da próxima semana, dia 12.