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Guindos: Catalunha tem que atingir défice de 1,5% para receber ajuda
A Catalunha não aceita "condições políticas" em troca da ajuda do governo central. Mas há uma "condição fundamental" que tem que cumprir para receber os 5 mil milhões de euros pedidos: atingir um défice de 1,5% do PIB ainda este ano.
29 de Agosto de 2012 às 13:04
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"O governo valoriza os esforços que têm sido feitos pela Catalunha e não tem a mínima dúvida que os continuará a fazer para cumprir o objectivo de défice deste ano e do próximo", afirmou o responsável pela pasta das Finanças, citado pelo jornal espanhol "El País".
"Pedir um resgate à Europa e recorrer ao Estado espanhol são duas coisas diferentes. O dinheiro que estamos a pedir é pago pelos catalães e gerido pelo governo espanhol. No caso da Europa, o dinheiro não é dos espanhóis mas de outros países", disse Francesc Homs, porta-voz do executivo da Catalunha, citado pelo diário "El País".
Já hoje, o mesmo responsável, assegurou que, apesar do pedido de ajuda, a região não prevê realizar novos ajustes orçamentais até ao final de 2012. Os 5 mil milhões de euros que a Catalunha vai receber do Fundo de Liquidez das Autonomias destinam-se a pagar dívida contraída – e que atinge a maturidade nos próximos meses - pelo governo catalão. "A parte mais importante destina-se a pagar dívida que arrastamos há anos. Não são 5 mil milhões de euros extra", disse Francesc Homs.
Assim, acrescentou o porta-voz do governo catalão, as dificuldades de pagamento irão permanecer.
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Segundo o "El País", no passado mês de Julho, a região já não conseguiu pagar dívidas que mantém com hospitais, escolas e entidades sociais (serviços prestados por entidades, públicas ou privadas, financiadas pelo governo mas cuja gestão não depende deste).
Três regiões gastam metade do Fundo de Liquidez das Autonomias
Com o pedido de ajuda da Catalunha, são já três as regiões espanholas que solicitaram ajuda ao Fundo de Liquidez das Autonomias.
No total, Valência, Catalunha e Múrcia precisam de 9 mil milhões de euros dos 18 mil milhões de euros do fundo criado este ano pelo governo de Mariano Rajoy para que as regiões consigam fazer face aos compromissos da dívida.
O fundo deverá entrar em funcionamento no próximo mês de Setembro. Os recursos – provenientes de um programa de financiamento do Estado - serão geridos pelo ministério da Economia espanhol.