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Guerra comercial EUA-China trava atividade industrial em todo o mundo

Desde a Ásia até à Europa. A guerra comercial entre os EUA e a China dura há mais de um ano e tem feito estragos na produção industrial das principais economias do mundo.

Paulo Duarte
02 de Setembro de 2019 às 13:52
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Reino Unido, Alemanha, EUA, China e Japão. Todos estes países têm uma coisa em comum: uma leitura do indicador de atividade industrial abaixo dos 50 pontos em agosto. Uma marca que separa a expansão da contração.

O Reino Unido juntou-se à lista de países que têm sofrido com o avançar da guerra comercial e, neste caso em específico, com a saída turbulenta da União Europeia, depois de anunciar que a sua atividade caiu para 47,4 pontos, no mês passado, o menor nível desde 2012.

O cenário foi idêntico no resto da região europeia, com o índice que agrupa 19 países da Zona Euro a ficar também aquém dos 50 pontos. O indicador foi conhecido no rescaldo de um fim de semana marcado por novos avanços na guerra comercial entre a China e os EUA. Tanto Pequim, como Washington, começaram a praticar a nova vaga de tarifas, anunciadas anteriormente, apesar de afirmarem que as negociações se mantêm de pé.

"Uma deterioração acentuada do otimismo sobre o próximo ano sugere que as empresas esperam que o futuro seja pior", disse Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit, à Bloomberg.

Na Ásia, quer o Japão, quer a China ou Taiwan têm sido os mais afetados pelas tensões comerciais que estão a travar o "boom" do setor tecnológico, um dos principais motores económicos da região.

Na Europa, o mesmo se passa com o setor automóvel, que é um dos que mais tem perdido com esta disputa prolongada. Tanto a germânica Daimler, dona da Mercedes, como a francesa Renault reduziram as suas previsões de vendas para o ano.

"A elevada incerteza sobre as políticas comerciais EUA-China, o Brexit e outros desenvolvimentos políticos e geopolíticos continua a pesar nas perspetivas globais", escreveram os economistas do Barclays, numa nota divulgada pela agência de notícias.

As perspetivas de crescimento global são já as mais baixas desde a crise financeira há uma década e prevê-se uma ronda de cortes de taxas de juro entre os principais bancos centrais do mundo para sustentar a dinâmica económica.

Ainda este mês, Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, tem planeado um pacote de estímulos económicos que podem passar pelo corte da taxa de juro diretora e também pelo regresso do programa "quantitative easing". No entanto, esta não será uma decisão unânime.

A juntar à problemática guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, um turbulento Brexit e um governo italiano sempre instável têm feito moça nas indústrias a nível global.

Também Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, pode dar mais sinais sobre as suas intenções, num discurso que se vai realizar na próxima sexta-feira, após divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho e sobre a indústria.

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