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Governo reavalia opções do TGV Lisboa/Porto
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, criou uma comissão de especialistas para reavaliar as soluções propostas e as alternativas avaliadas e possíveis para as ligações em alta velocidade ferroviária (TGV) Lisboa/Porto e Li
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, criou uma comissão de especialistas para reavaliar as soluções propostas e as alternativas avaliadas e possíveis para as ligações em alta velocidade ferroviária (TGV) Lisboa/Porto e Lisboa/ Madrid.
Segundo o despacho, de 30 de Março, a comissão deverá preparar um relatório com vista à decisão, que identifique, organize e equacione as soluções nas suas linhas mestras, "sobretudo no que se refere aos aspectos não consensuais", de acordo com informação avançada pelo Ministério dos Transportes.
Em causa está sobretudo o trajecto, aprovado pelo anterior Governo, de ligação em TGV entre Lisboa e Porto, já que o canal da ligação a Madrid ainda não tinha sido aprovado, estando em aberto a decisão da terceira travessia e a parametrização para tráfego misto defendida por Espanha.
O projecto do anterior Governo previa o faseamento da ligação ao Porto, deixando para depois a construção em bitola europeia e a alta velocidade as entradas de Lisboa e do Porto. A solução é menos onerosa e de conclusão mais rápida, mas "atrasa" em quase meia hora o percurso entre as duas cidades.
A opção aprovada pelo ministro António Mexia foi aliás alvo de críticas no recente congresso da ADFER (Associação para o Desenvolvimento Ferroviário) por quadros do sector ferroviário como o ex-presidente da CP, Martins de Brito, e o ex-administrador da RAVE, Castanho Ribeiro que defenderam uma linha toda em bitola europeia e a alta velocidade.
A criação da comissão é justificada pela circunstância de, apesar dos estudos já desenvolvidos, persistirem "questões não consensuais". Por outro lado, "não estão devidamente identificados os riscos e oportunidades que transportam para as decisões que é preciso tomar".
A comissão, que tem de apresentar um relatório preliminar até 20 de Abril e um relatório definitivo dentro de três meses, é liderada pelo Conselho Superior de Obras Públicas, e conta com um elemento da CP, da Refer, da RAVE, do Instituto Nacional do Transporte Ferroviário (INTF) e dois representantes do Ministério dos Transportes.