O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou ontem o lançamento de um programa de inventariação e, numa segunda fase, de reabilitação e valorização do património português disperso pelo mundo, com o objectivo de preservar a herança cultural e de desenvolver, em torno deste legado, roteiros de viagem e projectos de turismo.

"É fundamental fazermos este trabalho para garantir que as gerações que nos seguem possam ainda encontrar testemunhos da história gloriosa portuguesa", argumentou Luís Amado.

O anúncio foi feito em Mascate, capital de Omã, onde Amado cumpriu ontem a segunda etapa de um périplo por cinco países do Golfo Pérsico com vista ao estreitamento das relações diplomáticas, económicas e culturais bilaterais.

Omã é país desta região onde são mais visíveis os vestígios da passagem dos portugueses. Ainda hoje persistem cerca de quatro dezenas dos mais de 400 fortes e pontos de observação construídos nos séculos XVI e XVII para controlar os interpostos comerciais no Golfo Pérsico. A expulsão dos feitores portugueses de Mascate, em 1650, acabou, aliás, por marcar o fim da presença de Portugal no Golfo.