Notícia
Governo indisponível para alterar proposta aumentos na Função Pública (act2)
O STE considera que o Governo se mostrou indisponível para alterar a proposta salarial na Função Pública, disse Bettencourt Picanço, responsável do STE, que já terminou as negociações com o Governo. As negociações com a FESAP prosseguem segunda-feira.
«Infelizmente as negociações salariais da Administração Pública terminaram aqui, com o STE, visto que o Governo se mostrou indisponível para alterar qualquer dos valores que tinham em cima da mesa, excepto o subsídio de refeição», disse Bettencourt Picanço aos jornalistas.
O Governo está hoje a realizar a terceira ronda de negociações com os sindicatos da Função Pública e manteve assim a proposta de um aumento de 1,5% para os salários inferiores a 1.000 euros por mês em 2003,congelando os ordenados dos restantes funcionários públicos.
O Governo aprovou um aumento de 0,5 pontos percentuais no subsidio de refeição, passando para um incremento de 2,5%.
O mesmo responsável reforçou que «dissemos ao Governo que não vínhamos discutir subsídios, mas sim remunerações».
O responsável do STE acrescentou que «não há qualquer acordo e não há esperança que o Governo venha a implementar medidas para a administração pública».
Bettencourt Picanço concluiu que estas medidas do Governo manifestam que este está «apenas a gerir a crise, potenciando-a».
FESAP mantém discordância em matéria salarial, negociações prosseguemA Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) mantém a discordância quanto à política salarial proposta pelo Governo, estando disponível para continuar as negociações com o Executivo, disse Nobre dos Santos, secretário geral da FESAP.
«Terminou a última ronda negocial sem que tivesse havido dos sindicatos FESAP qualquer concordância com a proposta apresentada», pelo Governo, afirmou o mesmo responsável , após a reunião com o Executivo.
Nobre dos Santos referiu que «os sindicatos ficaram de analisar a proposta , sendo praticamente certo que a resposta que iremos dar é aquela que demos hoje senhora à ministra das Finanças», ou seja, um parecer negativo à proposta do Executivo.
Nobre dos Santos afirmou que «a FESAP não vai dar concordância salarial, estando disponível para discutir todas as outras matérias na defesa da Administração Pública».
O mesmo responsável classificou o discurso de hoje de Manuela Ferreira Leite «igual aos anteriores, de grande dureza no que respeita aos salários, uma vez que o Governo diz não ter margem de manobra e essa não é a nossa posição».
«Se for para a frente a proposta do Governo teremos uma perda efectiva dos salários em 2003», segunda a mesma fonte. O executivo prevê uma inflação de 2,5% para este ano.
A FESAP irá reunir-se novamente com a ministra das Finanças na próxima segunda-feira às 16h00.
Frente Comum considera Governo fechado e irredutível a novas propostasA Frente Comum considera que o Governo «confirmou a atitude fechada, irredutível e até desvalorizadora do direito à negociação, o que consideramos grave» disse Paulo Trindade, secretário geral do sindicato.
«O Governo, desde a primeira hora, fechou a negociação aos sindicatos», segundo a mesma fonte, reforçando que «qualquer contraproposta estaria sempre condicionada».
O secretário geral da Frente Comum salientou que se «o Governo quiser retomar o processo, a Frente Comum não está irredutível e apresentará contraproposta, mas para discutir quanto é que os trabalhadores vão perder, aí não».
Paulo Trindade afirmou que irão continuar a sua semana de luta e luto, com a deslocação na próxima sexta feira à residência do Primeiro Ministro.
O mesmo responsável disse que «o Governo não quer discutir política de rendimento, este processo foi apenas pautado pela questão orçamental».
Quanto à possibilidade de uma reunião com os três sindicatos para novas formas de luta, Paulo Trindade disse ser precipitado qualquer tipo de tomada de posição.
A Frente Comum informou que os sindicatos da função pública e dos restantes sectores irão dar uma resposta a esta atitude do Executivo, no próximo dia 8 de Fevereiro, não consubstanciando esta afirmação.
Leitores do Negocios.pt consideram que proposta do Governo é necessáriaDos leitores que votaram na sondagem realizada pelo Negocios.pt, a maioria considera necessária a proposta do Governo de aumentar em 1,5% os salários apenas para os trabalhadores da Função Pública com salários inferiores a 1.000 euros por mês.
Dos 883 leitores que participaram no inquérito, 65% consideram a proposta necessária, 24% classificam-na como inaceitável , enquanto os restantes 11% consideram evitável.
Este inquérito não é sondagem em termos técnicos, uma vez que não obedece a qualquer metodologia científica e resulta do voto livre dos leitores do Negocios.pt.
Por Ana Pereira