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Governo confrontado hoje com o mais negro dos cenários para 2009

No dia em que, em Bruxelas, a Comissão Europeia actualiza as suas previsões macro-económicas, José Sócrates é confrontado em Lisboa com números que dificilmente poderiam ser mais negros para Portugal.

19 de Janeiro de 2009 às 00:01
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No dia em que, em Bruxelas, a Comissão Europeia actualiza as suas previsões macro-económicas, José Sócrates é confrontado em Lisboa com números que dificilmente poderiam ser mais negros para Portugal.

O primeiro-ministro reúne-se esta tarde com empresários e gestores, no âmbito de uma conferência promovida pelo Grupo que detém a revista "The Economist" e o instituto de análise "Economist Intelligence Unit" (EIU), que, para enquadrar o debate, preparou novas projecções que apontam para o cenário mais sombrio até agora traçado para economia portuguesa.

Nos cálculos da EIU, 2009, ano de "ciclo eleitoral exigente", será também ano de "recessão severa", com uma contracção de 2% do PIB, taxa de desemprego a colar-se perigosamente aos dois dígitos, défice praticamente no dobro do valor do ano anterior e dívida pública a caminho dos números mais altos alguma vez registados na era da democracia. Mais: a EIU faz ainda uma previsão de sinal negativo para a evolução dos preços, ao antecipar que, pela primeira vez desde que há registos, os portugueses experimentem também neste ano o que é deflação.

"A combinação dos efeitos de base na economia e de pressões baixas sobre os preços deverá levar a que, durante uma parte de 2009, a inflação se situe abaixo do zero, com os preços no consumidor a caírem, em média, 0,3% ao longo do ano", escreve a EIU no último relatório sobre Portugal.

"Em 2010, a economia recuperará muito lentamente e prevemos uma inflação de 1,8%, o que é ainda um valor baixo tendo em conta os padrões históricos". Neste quadro, a margem de manobra do Governo - de qualquer governo, frisa a EIU - é estreita. Até porque, diz Kevin Dunning, economista que acompanha a economia nacional, as dinâmicas que estão por detrás desta contracção são de tal modo fortes, que o Governo será forçado a centrar a sua acção no alívio dos efeitos da recessão, mas será incapaz de a evitar.

Mais investimento público? Sim, mas as obras poderão chegar tarde demais ao terreno, adverte. Opinião partilhada por Vítor Bento, um dos oradores desta conferência, que recomendará a Sócrates a descida da taxa social única.


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