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Governo de Itália garante que vai respeitar compromissos com a UE após corte da Fitch

Depois de a Fitch ter colocado o rating de Itália sob perspectiva negativa, o ministro das Finanças veio reiterar que o país está comprometido com as regras da UE.

EPA
01 de Setembro de 2018 às 15:09
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Horas depois de a agência Fitch ter colocado o rating de Itália sob perspectiva negativa, o ministro da Economia e Finanças do país garantiu que Itália vai respeitar os compromissos orçamentais da União Europeia e apresentar propostas concretas nesse sentido nas próximas semanas.

"Temos compromissos com a Europa que devem ser respeitados, mas eles são essencialmente uma função dos mercados financeiros", disse o ministro da Economia, Giovanni Tria, em Xangai, citado pela Reuters.

As palavras de Tria surgem horas depois de a agência Fitch ter mudado a perspectiva da dívida italiana de "estável" para "negativa", citando preocupações com a "natureza nova e não testada" do governo populista e as suas promessas de aumentar os gastos.

"A Fitch espera um certo grau de afrouxamento orçamental que deixaria o nível muito alto de dívida pública de Itália mais exposto a possíveis choques", disse a agência, que manteve o rating em "BBB".

Pouco antes da decisão da Fitch, um funcionário do governo italiano disse que o país poderá exceder os limites impostos pela UE no próximo ano, comentários que levaram os juros das obrigações de curto prazo a subirem para o nível mais alto em quase três meses.

A coligação de governo, que junta o Movimento 5 Estrelas e a Liga, pretende aumentar os gastos e cortar os impostos no próximo ano, para cumprir as suas promessas eleitorais. No entanto, dados recentes mostram que o crescimento económico está a desacelerar, o que reduz a margem de manobra da coligação.

Após o anúncio da Fitch, uma fonte do gabinete do primeiro-ministro disse que o orçamento do governo para 2019 "confirmará o compromisso de avançar no sentido de reduzir a dívida italiana".

Na sua análise, a Fitch também destacou as "diferenças consideráveis de política" entre os parceiros da coligação como um risco, acrescentando que vê uma probabilidade crescente de eleições antecipadas a partir do próximo ano.

O líder da Liga, Matteo Salvini, renovou este sábado a sua promessa de cortar os impostos, escrevendo no Twitter que esse corte "passo a passo" estimulará o crescimento económico.

"As acções das próximas semanas serão traduzidas em documentos oficiais do governo", acrescentou o ministro das Finanças Giovanni Tria aos jornalistas. "Os julgamentos (da Fitch) serão corrigidos ... positivamente, uma vez que são opiniões não baseadas em factos, mas em intenções atribuídas ao governo".

O governo vai divulgar as suas metas de crescimento e financiamento público no final deste mês, sendo que o orçamento para o próximo ano deverá ser aprovado no final de Outubro.

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