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Gastos do Reino Unido em consultoria sobem para 459 milhões com o Brexit
Os gastos do governo britânico em contratos de consultoria subiram 45% para 459 milhões de libras (cerca de 505 milhões de euros) desde 2017, devido aos trabalhos realizados no âmbito do Brexit.
Entre as mais aclamadas empresas de consultoria do Reino Unido foi a Deloitte quem mais lucrou com este forte investimento do governo, passando de 40 milhões de libras para 140 milhões, de acordo com o relatório da empresa Tussel.
A PricewaterhouseCoopers (PwC) obteve ganhos menos significativos do que a concorrente e a Ernst & Young viu os ganhos aumentar no primeiro ano e cair no ano transato, 2019.
Quanto à fatura da KPMG, segundo o relatório, observou-se uma quebra entre 2017-2018 e 2019-2020, os anos em estudo.
Conhecidas como as Big Four, estas empresas foram alvo de duras críticas ao longo da última década, devido a falhas de auditoria e a conflitos de interesse ocorridos entre os seus departamentos de contabilidade e de consultoria.
De acordo com um porta-voz do governo continuam a ser tomadas medidas para reduzir gastos desnecessários e proteger o dinheiro dos contribuintes.
A PwC afirma que, embora não pudesse comentar especificamente o relatório da Tussell, a empresa foi contratada para "fornecer ferramentas especializadas em velocidade". As restantes empresas não quiseram partilhar o seu testemunho com o The Guardian.
Mais de quatro anos depois de o Reino Unido ter votado o Brexit, o governo continua a tentar implementar medidas que assegurem a normalidade e a tentar igualmente garantir um acordo para o comércio livre. As negociações encontram-se numa fase crítica e, caso não se chegue a um acordo antes de o Reino Unido abandonar definitivamente a UE (a 1 de janeiro de 2021), as regras do jogo serão definidas pela Organização Mundial do Comércio.
O Ministério do Interior foi o que mais gastos teve durante este período crítico, aumentando em cerca de 56 milhões de euros, ou 800% o seu investimento, de acordo com a Tussell.
"As repercussões do Brexit nas fronteiras, segurança e imigração são complexas", segundo os autores do relatório e as negociações irão continuar, pelo menos até ao final deste ano contorverso.