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Galamba suspeito de apresentar diplomas feitos por advogados pagos por privados

Ministro pode ter levado a Conselho de Ministros diplomas que foram produzidos por advogados pagos pela empresa Start Campus, segundo as suspeitas do Ministério Público, noticia o Público.

Alexandre Azevedo
08 de Novembro de 2023 às 16:00
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O Ministério Público (MP) suspeita que João Galamba, enquanto secretário de Estado da Energia ou enquanto ministro das Infraestruturas, pode ter levado a Conselho de Ministros diplomas que foram produzidos por advogados pagos pela empresa Start Campus, que está a desenvolver o projeto de construção de um mega centro de dados em Sines, avança o Público.

Segundo o jornal, que cita os autos de buscas que levaram na terça-feira à detenção de cinco pessoas, incluindo dois gestores da Start Campus (Rui Oliveira Neves e Afonso Salema), o MP alega que estes são suspeitos de influenciar o conteúdo normativo de atos do Governo, sobretudo os que eram emitidos ou apresentados a Conselho de Ministros por João Galamba, enquanto secretário de Estado da Energia ou enquanto Ministro das Infraestruturas, bem como de Ana Fontoura Gouveia, enquanto secretária de Estado da Energia.

João Galama foi constituído arguido, a par com o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, na sequência da investigação que visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines e o projeto de construção do "data center" desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela Start Campus.

A notícia surge depois de o Expresso ter avançado, igualmente com base nos autos, que João Galamba é também suspeito de ter ajudado a convencer a autarquia de Boticas a não mostrar oposição à exploração do lítio através do financiamento de uma estrada no valor de 20 milhões de euros. É ainda referido que terá usado dois motoristas que prestaram serviço no seu gabinete enquanto secretário de Estado da Energia e Ambiente para que realizassem deslocações apenas para seu "beneficio pessoal".

A Start Campus confirmou na tarde de terça-feira que "foi alvo de uma operação de buscas conduzida pelas autoridades judiciais nas suas instalações, como parte de uma investigação mais ampla".

A empresa, investigada neste caso de negócios de hidrogénio verde e lítio, garantiu que "está a cooperar com as autoridades, fornecendo todas as informações necessárias e solicitadas para garantir uma investigação completa e imparcial de todos os factos necessários".
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