"A Sociedade Portuguesa de Menopausa [SPMenopausa] entrou em falência porque deixou de ter o apoio dos laboratórios benfeitores em virtude de a legislação os limitar nos seus patrocínios", acusa Neves e Castro, fundador da instituição que faliu, tendo o processo sido encerrado no passado dia 7 por "insuficiência da massa insolvente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa".

Por outro lado, acrescenta o primeiro presidente da SPMenopausa, "os médicos portugueses não são muito entusiastas de se tornarem sócios das sociedades científicas, o que resulta em redução de receitas".

Em declarações ao Negócios, Neves e Castro manifesta o seu "grande desgosto" por "a direcção que estava em exercício não tivesse conseguido manter em actividade" a SPMenopausa, que diz ter fundado "com tanto entusiasmo".

Em Setembro do ano passado, a única funcionária e credora da SPMenopausa, Isabel Maria Dorey Neves e Castro, requereu a insolvência da instituição. Contactado pelo Negócios, o administrador de insolvência, José Calçada Martins de Campos, confirmou que "a sociedade faliu porque deixou de receber subsídios dos laboratórios [farmacêuticos], não tendo sequer dinheiro para pagar à sua funcionária".

O fundador da SPMenopausa adianta que "actualmente a Sociedade Portuguesa de Ginecologia criou uma subsecção de Menopausa, que organiza na sexta-feira e sábado próximos, em Évora, a sua primeira reunião", prometendo "desenvolver todos os esforços para que seja reconhecida a nível europeu e internacional". A SPMenopausa "tem ainda um website, que terá que ser adaptado".

O Dia Mundial da Menopausa, aprovado pela Sociedade Internacional da Menopausa (IMS) por proposta da instituição portuguesa então liderada por Neves e Castro, continua a ser celebrado anualmente no dia 18 de Outubro.